Em resposta às manifestações que ocorreram em todo o país, o governo do estado estuda realizar uma reestruturação administrativa. A ideia é apresentar um "pacote" de mudanças na estrutura do estado. As medidas, entretanto, só serão anunciadas na segunda-feira pelo governador Beto Richa (PSDB). Apesar de existirem rumores de que secretarias serão extintas, o Palácio Iguaçu não confirmou qualquer informação sobre as mudanças planejadas.
Segundo fontes palacianas, haveria o interesse por parte do governo do estado de enxugar a estrutura administrativa, incluindo o corte e a fusão de secretarias. Essa reestruturação seria feita em duas etapas, e poderia ser concluída em setembro. A reforma seria inspirada nos cortes em despesas da administração anunciados na semana passada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e que deve gerar uma economia de R$ 350 milhões em dois anos.
Além de ser uma resposta às manifestações, a possível reestruturação administrativa no governo paranaense seria um alívio para a complicada situação do caixa estadual. O estado fechou o primeiro quadrimestre do ano com um déficit de R$ 100 milhões. O gasto do governo com o funcionalismo público, equivalente a 47,68% da receita corrente líquida, ultrapassou o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que é de 46,55%.
Curitiba
Enquanto o governo do estado planeja uma correção de rumo, a prefeitura de Curitiba não deve fazer nenhuma mudança de gestão após os protestos. Nesse primeiro momento, a prefeitura considera que as medidas adotadas no início da gestão são suficientes.
Desde o início do ano, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) unificou a Secretaria de Administração com a de Planejamento e a de Urbanismo com a da Copa do Mundo. Também reduziu o número de diretorias na Urbs e na Cohab gerando uma economia total de R$ 8,1 milhões ao ano.
Além disso, o governo municipal anunciou uma redução na compra de materiais e no aluguel de carros. Segundo a prefeitura, apenas esses cortes devem gerar uma economia anual de R$ 30 milhões. A administração municipal também coloca no bolo da economia a revisão do contrato de utilização de radares da Consilux, o que geraria uma redução de gastos no valor R$ 273 milhões anuais.