Fontes
Veja de onde o governo vai tirar dinheiro para abastecer a conta-garantia das PPPs:
Até 35% do montante recebido da União por meio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), o que daria cerca de R$ 770 milhões neste ano.
Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), conforme valor definido pelo seu Conselho de Investimentos.
Dividendos das empresas estatais.
Direitos não tributários.
Demais recursos do caixa estadual.
Qualquer outra fonte considerada relevante.
Em meio a negociações em torno de 14 propostas de Parcerias Público-Privadas (PPPs), o governo do Paraná enviou ontem à Assembleia Legislativa projeto de lei para garantir que empresas que atuem em conjunto com o estado não saiam no prejuízo. Pela proposta, será criada uma conta-garantia abastecida com recursos públicos, que serão usados exclusivamente para que o governo cumpra com suas obrigações financeiras previstas em contrato. Diante da capacidade "quase nula" para investimentos, o Executivo considera as PPPs fundamentais para tocar grandes obras.
Criado no início de 2012, o programa Paraná Parcerias deve começar a sair do papel em janeiro de 2014 com a duplicação da PR-323 entre Guaíra e Maringá , em cujas obras iniciais será aplicado R$ 1,9 bilhão. Pelo contrato de 30 anos que ainda será licitado, o Executivo terá de aportar até R$ 83 milhões anuais. É para garantir que o governo cumpra com a sua parte nessa e em outras PPPs que será criada a conta-garantia, a ser gerida pela Agência de Fomento do Paraná.
Pelo projeto, os recursos depositados nessa conta só poderão ser usados para assegurar o cumprimento contratual por parte do governo nas PPPs o gestor que descumprir a regra será responsabilizado. O projeto de lei estabelece uma série de fontes de recursos para abastecer a conta: Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), cujo valor do repasse será definido pelo seu Conselho de Investimentos; dividendos das empresas estatais; direitos não tributários e demais recursos do caixa estadual, conforme regulamentação posterior do Executivo; e qualquer outra fonte que o governo julgue relevante. Os repasses se darão à medida que o estado firmar as PPPs.
Além disso, em caso de os recursos previstos acima serem insuficientes, o governo poderá destinar até 35% do montante que recebe da União do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Pela previsão no orçamento de 2013, esse porcentual daria em torno de R$ 770 milhões.
Convencimento
Na justificativa do projeto, o governador Beto Richa (PSDB) argumenta que o sucesso das PPPs depende da capacidade de convencer os parceiros privados de que o poder público irá honrar suas obrigações contratuais de longo prazo. E, no caso de eventualmente descumpri-las, as empresas privadas terão condições de executar as garantias oferecidas de forma rápida e eficiente, a fim de se ressarcirem dos prejuízos que a inadimplência do estado lhes causaria.
"Com contratos de grande dimensão econômico-financeira e de alta longevidade, as PPPs urgem por segurança jurídica no que tange a constituição de garantias sólidas tanto por parte do parceiro privado quanto pelo parceiro público", alega Richa na justificativa do projeto de lei.
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