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Escudero: diretor-geral da Fazenda e aliado de Hauly | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Escudero: diretor-geral da Fazenda e aliado de Hauly| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Após sete meses com situação indefinida, o governo do Paraná nomeou um secretário para o Escritório de Representação em Brasília, órgão responsável por fazer a interlocução do Executivo estadual com a bancada paranense na capital federal. O governador Beto Richa (PSDB) escolheu Amauri Escudero, que ocupava até ontem o cargo de diretor-geral da Secretaria da Fazenda. Escudero, ligado politicamente ao secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB), deve assumir o cargo em Brasília nos próximos dias.

Segundo Escudero, o primeiro desafio será reestruturar o escritório, que ficou praticamente desativado desde janeiro. A ideia, segundo o novo secretário, é manter uma estrutura reduzida, mas permanente em Brasília. Isso será feito alternando técnicos cedidos de outras secretarias de acordo com as necessidades impostas pela pauta de votações do Congresso que sejam de interesse do estado.

Além de organizar o escritório, a interlocução já tem duas preocupações imediatas. A primeira é estancar a redução dos repasses da União para o Paraná. O secretário afirmou que houve uma redução no repasse de verbas importantes para o estado, vindas do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Não podemos continuar perdendo esses recursos", disse ele. A estratégia será atuar em conjunto com deputados ligados à educação e à saúde.

A segunda prioridades é garantir no Senado e no governo federal a aprovação dos empréstimos do Banco Mundial (Bird), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para o estado. O governo do estado aguarda autorização da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e do Senado para a contração de seis empréstimos com esses bancos que totalizam cerca de R$ 1,4 bilhão.

Biografia

A carreira de Escudero na política está ligada à do atual secretário da Fazenda. Ele já atuou na capital federal como chefe de gabinete e assessor parlamentar de Hauly, quando o atual secretário exercia o mandato de deputado federal. Desde 2011, Escudero era diretor-geral da Secretaria da Fazenda.

Quando era chefe de gabinete de Hauly, Escudero se envolveu em uma polêmica durante a Operação Castores, da Polícia Federal. Ele chegou a ser citado na imprensa como suspeito de receber documentos sigilosos de Itaipu. Escudero nega ter tido acesso a qualquer documento sigiloso e ressalta que nenhuma investigação chegou a ser aberta contra ele.

Histórico

O Escritório de Represen­­­tação do Paraná em Brasília vinha passando por problemas graves desde a gestão de Roberto Requião (PMDB). Em 2009, o escritório, que até então era vinculado à Casa Civil, se tornou uma secretaria especial. Eduardo Requião, irmão do ex-governador, foi nomeado para o cargo. A estrutura era bancada por convênios com empresas estatais. O modelo de financiamento foi questionado pelo Tribunal de Contas do Estado (TC), que considerou os gastos "sem obediência às normas legais" e "quase na informalidade".

Para evitar novos questionamentos do TC, o governo Richa enviou à Assembleia um projeto de lei reestruturando o escritório. O projeto foi anunciado em janeiro, quando o então secretário Alceni Guerra foi exonerado. Desde sua saída, o cargo estava vago. O projeto foi aprovado em 30 de maio.

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