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Roberto Requião, senador (PMDB-PR) | Geraldo Magela/Ag. Senado
Roberto Requião, senador (PMDB-PR)| Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado

A base aliada da presidente Dilma Rousseff se impôs ao senador Roberto Requião (PMDB-PR) e conseguiu marcar para a próxima quarta-feira a sabatina da Comissão de Infraestrutura do Senado para a recondução de Bernardo José Figueiredo ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Requião manobrava desde dezembro para adiar a sabatina de Figueiredo – que vem sendo acusado de irregularidades pelo paranaense há dois anos.

Em fevereiro de 2010, quando era governador do Paraná, Requião acusou Figueiredo, na época assessor da Casa Civil, e o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, de ter proposto a ele o superfaturamento de uma obra ferroviário. O esquema consistiria em repassar R$ 550 milhões para que uma empresa privada construísse o ramal ferroviário entre os municípios paranaenses de Ipiranga e Guarapuava. Requião argumentava que o trecho custaria apenas R$ 150 milhões.

Paulo Bernardo, hoje ministro das Comunicações, negou a acusação e processou Roberto Requião. No ano passado, a Justiça condenou o ex-governador a pagar R$ 40 mil a Bernardo por acusações infundadas.

Desta vez, Requião alega que precisa de esclarecimentos a respeito de outras suspeitas de irregularidades contra o diretor da ANTT antes de reconduzi-lo a cargo. O senador diz que há contra Figueiredo informações do Ministério Público e de uma CPI da Assembleia de São Paulo que necessitam de explicações. "A informação que eu tenho é que seu Bernardo [Figueiredo] tinha ações de quatro empresas privatizadas, que ele era presidente da associação das empresas fer­­­roviá­rias privadas do Brasil. A informação que tenho é que suas ações foram vendidas para offshores. Coisa a se verificar."

Outro ponto questionado por Requião era sobre a composição da Valec (a estatal de ferrovias). "A Valec tem 370 funcionários, 250 são comissionados e a informação que tenho a ser verificada é que são indicados por empresas ferroviárias privatizadas, portanto, a serviço de suas empresas."

Requião propôs que esses pontos fossem discutidos em uma audiência com representantes do Ministério Público e da CPI paulista antes da sabatina. Ele recebeu apoio do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Mas, com ampla maioria, a base governista rejeitou a ideia de adiar a sabatina.

"Fui atropelado pela base governista", desabafou ontem o senador paranaense. "A bem da transparência absoluta no serviço público, as denúncias contra o diretor-geral da ANTT devem ser apuradas. Negar as diligências e sabatinar Figuei­­­redo como se nada houvesse contra ele é gravíssimo."

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