O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vive um dilema em torno do aumento dos benefícios dos aposentados, mas o governo já estuda alternativas fiscais em caso de aprovação do reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso.
A informação foi dada nesta segunda-feira pelo ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas.
"É óbvio que o ministro da Fazenda tem que dizer, olhando as contas, que estão num momento de restrição. Mas há a possibilidade, por exemplo, de encontrar uma outra fonte de recursos. Esse é o dilema que o presidente está discutindo com bastante cuidado e responsabilidade", disse Gabas a jornalistas.
Gabas afirmou que irá se reunir com Lula e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na manhã de terça-feira para bater o martelo sobre o reajuste dos aposentados. Terça é a data-limite para Lula decidir se veta o reajuste aprovado pelo Congresso.
O governo propunha aumento de 6,14% para aposentados que ganham acima de um salário mínimo e admitia elevar sua proposta para 7%, mas o Congresso aprovou um reajuste de 7,7%.
O ministro alertou que se o aumento de 7,7% sugerido pelo Congresso for vetado por Lula, o governo terá que reeditar a medida provisória que trata do tema, ratificando a proposta inicial de 6,14%.
Gabas lembrou que a reedição da medida provisória trancaria a pauta do Congresso em meados de agosto e que o mesmo Congresso que aprovou 7,7% iria analisar a nova MP.
Ele disse que Lula está decidido a vetar o fim do fator previdenciário, também aprovado pelo Congresso.