A emissora de tevê do governo paranaense, a E-Paraná antiga TV Educativa, demitiu nesta semana a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, casada com o presidente licenciado da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB). A jornalista, que apresentava o programa É Manhã, estava afastada de suas atividades desde agosto, quando surgiram denúncias de que a empresa dela teria sido beneficiada com contratos públicos com a Câmara.
Segundo o decreto, Cláudia vai ser exonerada no dia 2 de fevereiro. A jornalista está de férias até 31 de janeiro. A reportagem tentou contato com ela ontem, mas o advogado que a representa, Marcelo Ciscato, afirmou que Cláudia está viajando e que, pelo menos por enquanto, não se pronunciaria obre o assunto. O decreto de exoneração é assinado pelo governador Beto Richa (PSDB), pelo secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral (DEM), e pelo secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana.
Viapiana disse que a demissão de Cláudia não tem qualquer relação com o escândalo político que envolveu o nome da jornalista. "Estamos fazendo uma reestruturação na tevê que envolve essa e outras mudanças", afirmou. Segundo ele, as mudanças tiveram origem no encerramento do contrato entre a E-Paraná e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar).
O Tribunal de Contas considerou irregular o acordo para que a tevê fizesse contratações por meio da Funpar. Com o fim do contrato em dezembro, outras 40 pessoas serão exoneradas. Cláudia Queiroz, no entanto, não era contratada por meio da Funpar. Tinha um cargo em comissão na tevê.
Apesar da exoneração, Viapiana fez questão de elogiar o trabalho de Cláudia. "Ela sempre trabalhou bem e cumpria seus horários. Quando ela pediu o afastamento do programa, entendemos e concedemos", disse.
A reportagem tentou contato com João Cláudio Derosso, mas ele não atendeu aos telefonemas em seu celular.
Câmara de Curitiba
Em julho passado, a Gazeta do Povo revelou que o Tribunal de Contas investigava contratos de publicidade da Câmara de Curitiba. As duas empresas que prestaram o serviço entre 2006 e 2011 foram escolhidas numa licitação em que apenas elas participaram. Cláudia Guedes era a proprietária de uma delas, a Oficina da Notícia, que geriu R$ 5 milhões em contratos de publicidade da Casa.
O caso levou Derosso à Comissão de Ética da Câmara e foi motivo da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Derosso e Cláudia alegam que não cometeram irregularidades e que não se conheciam quando o contrato foi firmado. Na época da licitação, Cláudia era comissionada da Câmara, o que também é irregular. Em novembro, após o Ministério Público pedir o afastamento de Derosso da presidência da Câmara, ele se licenciou do cargo.
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