O governo retomou as articulações para votar o projeto que institui a Comissão Nacional da Verdade, encarregada de aprofundar as investigações dos crimes cometidos durante o regime militar (1964-1985), e começou pela oposição. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se nesta terça-feira (23) com a bancada do PSDB no Senado. O próximo passo é se encontrar com os senadores do DEM.
"Há grande possibilidade de aprovar (o projeto) em curto espaço de tempo, tenho feito gestões para isso", declarou Cardozo, tentando transmitir otimismo. A presidente Dilma Rousseff pediu prioridade ao projeto, a fim de que a comissão comece a funcionar ainda este ano. No entanto, o projeto (PL 7376/10) enfrenta resistências dos militares e patina na Câmara há 15 meses.
Em maio do ano passado, o então presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), determinou a criação de uma comissão especial para analisá-lo, dispensando a tramitação nas comissões temáticas. Contudo, este colegiado jamais chegou a ser instalado e aguarda a designação dos integrantes pelos líderes partidários.
Na reunião com os tucanos, Cardozo fez uma exposição sobre o projeto e pediu que os senadores colaborem para que a tramitação seja ágil. O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), declarou-se favorável ao projeto, mas ainda consultará a bancada para firmar uma posição partidária. Nos últimos dias, Cardozo também se encontrou com os líderes da oposição na Câmara, Duarte Nogueira (PSDB-SP) e Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). Nogueira afirmou que tem simpatia pela proposta e não vê resistências a ela na bancada.
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