Os cerca de 2 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupam, desde a tarde de segunda-feira, a área externa da Secretaria Estadual de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri) receberam nesta terça carne e banheiros químicos fornecidos pelo governo.

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De acordo com a assessoria da Seagri, os manifestantes tinham pedido ajuda do governo na segunda à noite, para alimentação e higiene dos acampados. O pedido foi levado à análise do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM) e à Procuradoria do Estado, sob o argumento de que o Estado precisava "garantir a preservação do patrimônio público e a dignidade das pessoas". O pedido não foi vetado e o governo disponibilizou, segundo dados da assessoria, cerca de 600 quilos de carne e 30 banheiros químicos para os sem-terra.

A ocupação faz parte do chamado Abril Vermelho, que lembra o episódio conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terra foram assassinados, em 17 de abril de 1996, no Pará. Segundo a liderança dos manifestantes, a manifestação só deve ser concluída após uma reunião entre representantes do MST e o governador Jaques Wagner (PT). O movimento reivindica melhorias na infraestrutura e na assistência técnica dos assentamentos, além de maior velocidade na liberação de terras para reforma agrária.

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Como Wagner integra a missão brasileira na China, liderada pela presidente Dilma Rousseff, e só retorna à Bahia no sábado, espera-se que os acampados permaneçam no local pelo menos até o início da próxima semana. A ocupação não atrapalha os trabalhos na Seagri.