O primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff registrou queda no ritmo das obras pagas e equipamentos comprados com o dinheiro dos tributos arrecadados pela União, contra a tendência dos últimos anos. A queda dos investimentos em relação a 2010 foi de R$ 2,8 bilhões, o equivalente a quatro vezes o custo da construção das cinco barragens projetadas para evitar os efeitos das cheias no rio Una, em Pernambuco, pivô da mais recente crise no governo.
O que não diminuiu foi o saldo de contas a pagar, referentes aos compromissos de gastos com investimentos que não chegaram a ter as faturas quitadas. De acordo com dados do Tesouro Nacional, o governo Dilma começa 2012 com R$ 57,3 bilhões de contas pendentes, chamadas de "restos a pagar" na linguagem da burocracia. O número é maior do que o volume já recorde de contas deixadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O valor crescente dessas contas a pagar vem sendo criticado pelo Tribunal de Contas da União porque representa uma espécie de dívida, que constrange investimentos do ano seguinte. Em 2011, R$ 25,3 bilhões foram gastos na quitação de faturas pendentes do governo Lula, e apenas R$ 16,6 bilhões referem-se a novos investimentos autorizados no ano. Os investimentos somaram R$ 41,9 bilhões, contra R$ 44,7 bilhões pagos em 2010.
Orçamento
Questionada pela reportagem, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, não mostrou preocupação com o fato de o primeiro ano de mandato ter terminado com quase R$ 25,5 bilhões de contas não quitadas e mais R$ 31,8 bilhões de novos compromissos de gastos não pagos. "Isso não nos preocupa, o orçamento de investimentos é plurianual, e os restos a pagar dão até um espaço para pagamentos no início do ano", disse a ministra.
Só no mês de dezembro, foram registrados pelo Tesouro mais R$ 17 bilhões de compromissos de gastos com investimentos.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais