No dia seguinte à vitória expressiva do governo na votação do valor do salário mínimo na Câmara, os interlocutores políticos da presidente Dilma Rousseff avaliam as medidas a serem tomadas contra os deputados infiéis. Uma decisão é clara: não haverá perdão. Os primeiros alvos de cobrança serão o PDT, do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e os dissidentes do PT. No caso petista, as punições não serão apenas para os dois que votaram a favor do mínimo de R$ 560, como também aos deputados ausentes na sessão.
Um interlocutor político de Dilma resumiu a linha a ser adotada com a base: "A fidelidade terá de ser total. Sem isso, não tem por que estar presente no governo". O governo contou com 361 votos contra 120 e 11 abstenções para derrubar a emenda que previa o mínimo de R$ 560, valor maior do que os R$ 545 concedidos no projeto da presidente Dilma. Entre os partidos da base, foram 16 votos contra o governo entre os 492 deputados que participaram da votação.
Com a virada de votos no PDT, o partido não deverá ser punido como um todo, segundo esse interlocutor da presidente, mas sim os deputados infiéis. A bancada de 27 deputados do PDT se dividiu na votação: 16 ficaram do lado do governo e 9 apoiaram o mínimo de R$ 560.
"Todos os partidos da base estão incomodados com o PDT. Os líderes disseram que é deseducativo que todos caminhem em um sentido e o PDT, não", afirmou o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). "Queremos cobrar coerência dos partidos da base. O PDT errou na estratégia e tem que se alinhar."