Após duas horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, os ministros Eliseu Padilha (Aviação Civil), Jaques Wagner (Defesa) e Nelson Barbosa (Planejamento) fizeram um discurso conciliador, com tom otimista, minimizando o impacto dos ataques dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e destacando a atuação do Congresso na aprovação das medidas de ajuste fiscal. Na coordenação política, foi feita uma avaliação do cenário político e econômico, além de uma projeção do segundo semestre.
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Governo prepara lançamento do Minha Casa Minha Vida 3, diz José Guimarães
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), classificou como “importante” a reunião de coordenação política que ocorreu na manhã desta segunda-feira, 20, no Palácio do Planalto. Segundo ele, foi debatida a agenda do segundo semestre, pós-ajuste fiscal. Guimarães relatou ainda que o governo prepara uma série de iniciativas até o fim do ano, entre elas, o lançamento do Minha Casa, Minha Vida 3.
“Vamos apressar essa agenda de mobilização”, afirmou o deputado. “Fizemos também uma conversa sobre a conjuntura. Não há o que ficar especulando, o governo vai manter relação de respeito ao Parlamento, que é uma marca da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
A reunião, na avaliação dele, “foi muito boa, a despeito de especulações”. Foi a primeira reunião de Dilma com ministros e lideranças após o fim do semestre legislativo e do anúncio de rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).J
Padilha insistiu na tese do Palácio do Planalto de que o rompimento de Cunha foi pessoal e não envolve o PMDB nem a presidência da Câmara. Segundo Padilha, o PMDB vai trabalhar para construir a harmonia na relação entre o governo e o presidente da Câmara.
“Quais são as consequências? Partindo das premissas da qualificação, da inteligência e da própria menção do presidente Eduardo Cunha, as relações serão normais entre o Executivo e o Legislativo. Nós faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, e entendemos que o Legislativo também fará, para que essas relações sejam harmoniosas. Isso não significa dizer que teremos concordância com tudo que for discutido”, afirmou Padilha, acrescentando mais tarde:
“Quem chega a uma posição que chegou o presidente Eduardo Cunha traz com ele aquela responsabilidade de chefe de Poder: que os interesses da nação se sobreponham aos interesses momentaneamente conflitantes ou discordantes entre um e outro Poder”.
Troca de Mercadante não foi tratada em reunião, diz Guimarães
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), garantiu nesta segunda-feira, 20, que o governo não estuda trocar o ministro Aloizio Mercadante, na Casa Civil, por Jaques Wagner, do Ministério da Defesa. “O ministro Mercadante cumpre papel muito relevante junto com Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Michel Temer (articulação política). Essa discussão não fez parte do cardápio”, afirmou, referindo-se à reunião de coordenação política desta manhã.
Questionado se Wagner seria um nome mais neutro e por isso teria mais sucesso na negociação com o Congresso, Guimarães disse que em política não existe neutralidade. “Você tem de ter lado e no seu lado estabelecer com habilidade o conjunto das relações políticas”, sustentou.
Para Guimarães, o mais importante é começar essa agenda mais “proativa” e fazer uma consolidação da base aliada. “Essas especulações (sobre Mercadante) estão longe de ser realidade dentro do governo. O governo é um time. Não teve essa discussão se tira ou não Mercadante. O meu testemunho é que Mercadante tem me ajudado muito, junto com o Temer, e é um quadro importante”, argumentou.
Cunha
O líder do governo afirmou, ainda, que não vê dificuldades na relação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que o parlamentar declarou publicamente, na sexta-feira, 17, o rompimento com o governo. “A relação com o presidente é e será de respeito e harmonia. O que temos de fazer é dialogar. O diálogo é sempre o melhor caminho. Não acho que isso imponha dificuldade”, observou Guimarães.
O deputado disse que, como líder do governo, tem dialogado intensamente e quer olhar para o futuro. “Temos de ter o governo com iniciativa, principalmente no pós-ajuste fiscal. Na Câmara, temos de construir agenda nacional, não podemos ficar no mata-mata. Precisamos ter relação proativa”, ponderou.
Questionado se o governo iria retaliar Cunha cortando os cargos que foram dados para apadrinhados dele, Guimarães disse que não tem conhecimento sobre os cargos que o presidente da Câmara tem.
Para Padilha, Eduardo Cunha é “um dos mais brilhantes parlamentares da Casa, uma pessoa de alta qualificação pessoal, tirocínio singular, conhecedor do regimento, uma pessoa de altíssima qualificação para o exercício da atividade parlamentar”.
Sobre o vídeo divulgado na TV Senado, na noite de sexta-feira, Padilha afirmou que as críticas de Calheiros têm de ser vistas como contribuição ao governo. Renan disse, na mensagem, que as medidas do ajuste fiscal são tacanhas e ineficientes.
“Os aliados não estão proibidos de fazer críticas não, e o governo tem que ter humildade e sensibilidade para acolher as críticas, analisá-las e, na medida do possível, dialogar com esse parceiro que critica determinadas posições”, afirmou Padilha, enfatizando que Calheiros é aliado do Planalto. “Críticas a gente tem que saber ouvi-las até porque elas vêm para construir, às vezes até da oposição, que dirá de alguém que se considera aliado”, completou Jaques Wagner.
Padilha disse que na reunião não foi discutida a eventual substituição do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, como defendem alguns petistas.
“A articulação política é conduzida pelo vice-presidente Michel Temer, ea meu ver não temos entre os quadros políticos da base do governo ninguém que reúna mais qualificação do que ele para essa relação com os Poderes e com os parlamentares. A articulação política sob o comando dele, neste momento, se houvesse mudança seria prejudicial ao governo e ao Brasil e ao processo de estabilidade no plano institucional. Ele é um fiador de que isto caminha bem. No que diz respeito à Casa Civil, não foi tema de discussão, e é uma questão que diz respeito à presidente, que sabe melhor do que ninguém quem deve manter na Casa Civil para os interesses do governo e do povo brasileiro, na visão dela”, afirmou.
Na volta dos trabalhos do Legislativo, em agosto, a expectativa do Planalto é ver aprovados o projeto que aumenta a tributação sobre a folha de pagamentos das empresas e o de revisão do ICMS e repatriamento de capitais. Segundo Barbosa, o governo vai se empenhar para aprová-los.
“Não acho que haja um risco de essas iniciativas não serem aprovadas. Acho que serão aperfeiçoadas pelo Poder Legislativo, como acontece em toda democracia”, disse Barbosa.
Participaram da reunião os ministros Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Edinho Silva (Comunicação Social), Eduardo Braga (Minas e Energia), Gilberto Kassab (Cidades), Ricardo Berzoini (Comunicações), Joaquim Levy (Fazenda), José Eduardo Cardozo (Justiça), Carlos Gabas (Previdência), Mercadante, Jaques Wagner, Padilha e Barbosa. O vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, não está na reunião porque passará esta semana nos Estados Unidos. Também estavam os três líderes do governo no Congresso - José Guimarães (PT-CE), José Pimentel (PT-CE) e Delcídio Amaral (PT-MS).
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