A candidata derrotada à Presidência da República e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva afirmou nesta terça-feira, 10, durante uma conversa com estudantes da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, que “as pessoas devem ter maturidade com suas escolhas”. Falando indiretamente sobre o governo, disse que “não é como uma camisa que se troca todo dia”.
As declarações foram dadas em um evento fechado com os alunos de Harvard e informadas ao jornal O Estado de S. Paulo por participantes. Marina não quis falar com a imprensa sobre temas como a Operação Lava Jato, os protestos contra o governo ocorridos no último domingo e os marcados para o dia 15. Aos alunos, ela disse que deve se pronunciar em breve e que está ouvindo muitas pessoas e conversando com políticos, acadêmicos, jovens, mulheres e comunidades.
Marina afirmou que o País vive um “grave problema com a corrupção”. Segundo ela, “a corrupção não é um problema da Dilma, do Lula, do Fernando Henrique, nem do Collor, nem do Sarney. É um problema nosso (da sociedade). E que, “enquanto se achar que o problema é deles, vamos continuar tendo esse problema”. A ex-ministra comparou a questão com a escravidão e a ditadura, que, segundo ela, só acabaram quando a sociedade encarou o problema e agiu para solucioná-lo.
Marina, no entanto, criticou o atual governo de Dilma Rousseff e o do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, do qual fez parte. Ela disse ficar “triste de ver o mundo se recuperando e o Brasil em recessão, se estagnando”. Para ela, se “o governo não tivesse tratado a crise em 2008 como ‘marolinha’, talvez o País estivesse melhor”. A ex-presidenciável ainda voltou a defender o fim da reeleição.
Marina foi a Harvard também para receber uma homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, celebrado no domingo passado, junto com outras escolhidas que se destacaram em seu trabalho na política e na formulação de leis e ações que tratam da igualdade de gênero.
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