A pedido do governo, o PT retirou nesta sexta-feira (5) do documento aprovado pelo Diretório Nacional as críticas à imprensa que constavam na versão preliminar da resolução sobre o cenário político-eleitoral. Ao deixar a reunião do comando petista, porém, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, manteve as alfinetadas à mídia. Dutra definiu o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão realizado em São Paulo, na segunda-feira, como um "colóquio de direita" e chamou a oposição de "biruta de aeroporto" sem projeto.
"Dizem que, se Dilma ganhar, vai ter censura à imprensa e se o Serra ganhar, não. O que é isso? Podem nos combater de forma violenta e nós não podemos nem reclamar?" perguntou o presidente do PT, numa referência à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto, e ao governador de São Paulo, José Serra, provável concorrente do PSDB. "Entendemos que há setores da mídia fazendo campanha contra nós e, se fazem embate ideológico, também vamos fazer.
A resolução que passou pelo crivo do Diretório Nacional petista diz que a oposição adota um discurso de "radicalização política e social" contra as conquistas do governo Lula e a pré-candidatura de Dilma. "Registrem-se as iniciativas (...) contra o Programa Nacional de Direitos Humanos, a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), a instalação da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a criminalização dos movimentos sociais", destaca o texto.
Dutra disse que há uma "pseudo-neutralidade" nos jornais. Fez questão de assinalar, no entanto, que o PT sempre defendeu a liberdade de imprensa. Foi nesse momento que citou o fórum organizado pelo Instituto Millenium. No encontro, empresários do setor de mídia, jornalistas, professores e políticos fizeram severas críticas ao "controle social" da mídia.
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