No dia seguinte às manifestações pedindo a saída da presidente Dilma Rousseff, o governo pregou o otimismo e conclamou a população a acreditar no Brasil. Em uma entrevista coletiva após a reunião de coordenação política de Dilma com seus principais ministros e líderes aliados no Congresso, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse que é preciso desfazer o clima de intolerância e pessimismo instalado no país, para que a economia volte a andar.
“Queremos a construção de uma agenda e otimismo. Temos que acreditar na força do nosso país. Em breve estaremos saindo das dificuldades”, disse Edinho, completando em seguida: “O que nós temos que entender é que em um país democrático é natural que as manifestações ocorram. Estamos vivenciando um período de intolerância política cultural e religiosa. É um momento difícil. Temos que trabalhar para desfazer essa ambiente de intolerância”.
Ministro diz que momento é de construção de agendas fundamentais
Leia a matéria completaNa avaliação do ministro, houve um recuo nas manifestações deste domingo (16), com relação às que ocorreram em março. Ele disse que pessoalmente discorda com a agenda colocada pelos manifestantes “pelo fim da democracia”, mas que respeita os atos.
Ao lado de Edinho, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a oposição deve estar frustrada com o tamanho da mobilização popular de domingo, já que o PSDB passou a fazer convocações para o ato.
“As manifestações no Nordeste foram todas menores. O PSDB convocou os atos. Houve propaganda partidária. A expectativa deles era talvez outra. Parte do movimento assumiu uma conotação ideológica muito forte. A presidente tem que dialogar com as ruas, mas tem que dialogar com 200 milhões de brasileiros e brasileiras. Pé na estrada, humildade, tranquilidade. Porque a institucionalidade democrática permite até que os Bolsonaros da vida preguem a volta do golpe”, disse Guimarães, referindo-se ao colega deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Edinho disse esperar que o Brasil já comece a demonstrar sinais de retomada econômica na virada deste para o próximo ano. “ O Brasil está fazendo o dever de casa para que nos possamos retomar o crescimento, para que a economia, já na virada do ano, tenha os primeiros sinais de retomada. Nosso sentimento é de otimismo. Se nós quebrarmos esse instrumento de pessimismo que se instalou, evidentemente que isso vai acelerar a retomada do crescimento”, apostou.
Também presente à coletiva, o líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), disse que as principais pautas que o Senado tentará votar essa semana são a reoneração da folha de pagamento de alguns setores da economia e o repatriamento de recursos depositados ilegalmente no exterior.
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