O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), pediu a cooperação do Ministério da Justiça para que a comissão consiga rastrear a origem dos R$ 10,5 milhões que foram depositados na conta aberta pelo publicitário Duda Mendonça no exterior. A secretária nacional de Justiça, Cláudia Chagas, admitiu que a partir desse rastreamento o governo brasileiro poderá bloquear e depois pedir o repatriamento do dinheiro, caso seja confirmado que a origem ilícita dos recursos.
- Com certeza, se o dinheiro for de origem ilícita, originário de um crime, o governo brasileiro vai se empenhar para recuperar. Agora é preciso esclarecer antes qual é a origem desse dinheiro, se é ilícita ou não, e a partir daí trabalhar com o bloqueio e a repatriação - explicou a secretária, depois de uma reunião com integrantes da CPI dos Correios.
Para Delcídio, a cooperação do Ministério da Justiça será fundamental para apurar a versão apresentada por Duda Mendonça à CPI. De acordo com o publicitário, para receber o pagamento de dívidas remanescentes da campanha do PT de 2002, ele foi orientado por Marcos Valério a abrir uma conta no exterior. Após uma consulta ao Banco de Boston Internacional, Duda acabou abrindo uma offshore em Bahamas, batizada por Dusselfort Company.
Diante do agravamento da crise, Delcídio planeja promover uma reunião administrativa da CPI na próxima segunda-feira para reorganizar a agenda de trabalhos da comissão.
- Até em função do momento em que vivemos, vamos nos reunir na segunda-feira para discutir nossa agenda para a próxima semana. Os últimos acontecimentos nos levaram a uma reavaliação do quadro e das providências que teremos de tomar - justificou o senador.
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