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Veneri: pedido para ouvir o presidente da Sanepar; Traiano: não há tempo hábil para chamar Ghignone | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Veneri: pedido para ouvir o presidente da Sanepar; Traiano: não há tempo hábil para chamar Ghignone| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Investimentos

Tucano "culpa" União pela necessidade de vender ações da estatal

Líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB) disse que a operação para capitalizar a Sanepar é necessária pela falta de investimentos do governo federal. Segundo o deputado, a União não investe em saneamento básico no Paraná como investe em outros estados. Por isso, haveria a necessidade de aumentar a capacidade de investimentos da Sanepar. "Nós não recebemos, a fundo perdido, nem um centavo do governo federal. Enquanto isso, Bahia, Rio Grande do Sul e outros estados receberam milhões para investimento em saneamento", diz. Já o líder do PT na Assembleia, Tadeu Veneri, disse entender que o governo pretende arrecadar recursos com essa operação para aliviar sua situação financeira, mesmo que isso signifique vender ações em um momento econômico ruim. Traiano nega que esse seja o objetivo.

A base aliada do governador Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa estuda promover um novo "tratoraço" para aprovar rapidamente o aumento de capital da Sanepar de R$ 2,6 bilhões para R$ 4 bilhões – o que significa o lançamento de ações da empresa para serem negociadas em bolsa. Deputados governistas se reúnem hoje com o governador para decidir como será a votação do projeto de lei.

Segundo o líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), o interesse do governo é de que a proposta esteja na pauta de votações desta semana. Para que isso ocorra, será necessário usar o recurso da comissão geral – manobra regimental por meio da qual todas as votações em comissões temáticas são trocadas por uma única apreciação em plenário. Essa prática agiliza a votação de projetos, mas é criticada porque diminui o debate público.

A estratégia da comissão geral foi usada recentemente pela Assembleia para aprovar outro projeto de interesse do governo: o que criava a Fundação Estatal de Saúde (Funeas). Traiano admitiu que a votação em comissão geral é o "seu desejo", mas que a manobra depende da aprovação dos outros deputados da base.

Requerimento

Já a oposição quer convidar o presidente da Sanepar, Fernando Ghignone, para prestar esclarecimentos sobre o projeto. O deputado Tadeu Veneri (PT) apresentou ontem um requerimento para convidá-lo a falar da proposta. Traiano adiantou que irá pedir a derrubada do requerimento. O tucano disse que não há "tempo hábil" para ouvir Ghignone antes da votação. "Nós precisamos votar essa matéria ainda nesta semana." De acordo com o deputado, há a necessidade de sancionar a lei até o dia 26 para que a operação seja realizada.

Segundo Veneri, o objetivo é que Ghignone explique o motivo da realização de uma oferta pública de ações da companhia neste momento. O projeto e a oferta estão vinculados, já que a Assembleia debate o aumento de capital da companhia, algo necessário para que essa oferta, anunciada em fevereiro, seja concretizada.

Na avaliação do petista, o momento não seria adequado para a venda de ações. "A ação da Sanepar, que chegou próximo a R$ 9, hoje está em R$ 5,85. O mercado de ações passa por uma situação difícil em todo o mundo", afirma. Na sua avaliação, o presidente da Sanepar precisaria explicar os motivos dessa operação antes que o projeto fosse votado.

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