O governo decidiu cortar R$ 26 bilhões em seus gastos. Por ordem da presidente Dilma Rousseff, o número está sendo anunciado em entrevista coletiva pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Os programas mais prejudicados devem ser o PAC e o Minha Casa Minha Vida. A equipe econômica avalia fazer um esforço adicional, possivelmente perto de R$ 10 bilhões, a partir da redução de incentivos fiscais e subsídios. Se esses R$ 10 bilhões adicionais forem, de fato, cumpridos, o governo conseguirá cumprir sua meta de superavit primário de 2016, de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto).
O Ministro do Planejamento também anunciou que vai adiar o reajuste dos servidores federais e suspender todos os concursos públicos em 2016. A primeira medida deve poupar R$ 7 bilhões e a segunda, R$ 1,5 bilhão.
O governo vai propor a criação da CPMF, como forma de aumentar as receitas e tentar minimizar o aumento de impostos cobrados diretamente dos contribuintes. A tendência é que a alíquota fique em 0,2% de todas as transações financeiras e que tenha data para acabar — a alíquota anterior era de 0,38%.
Confira algumas medidas:
Servidores
Adiamento do reajuste dos servidores públicos. Previsão é adiar o pagamento para 2016 em sete meses. A medida depende de negociação com servidores.
Impacto de R$ 7 bilhões
Suspensão de concursos público
Suspender concursos públicos, não só para o governo federal como para os demais entes.
Impacto de R$ 1,5 bilhão
Eliminação do abono de permanência
Benefício pago a alguns servidores que chegam e adquirem condição de aposentadoria, mas permanecem contribuindo. Proposta de emenda constitucional que será enviada ao Congresso.
Impacto de R$ 1,2 bilhão.
Garantir a implementação do teto remuneratório do serviço público
Proposta é enviar um projeto de lei ao Congresso para disciplinar a metodologia de cálculo, ou seja, o que entra ou não no teto de remuneração do serviço público. Envolve diversas esferas da federação.
Impacto de R$ 0,8 bilhão.
Redução de gasto com custo administrativo
Medida prevê redução de gastos de custeio, renegociação de contratos (como os de aluguel e veículos, por exemplo), limites para gastos com servidores (como diárias, passagens, auxílio-moradia) e redução de ministérios
Impacto R$ 2,0 bilhões
Mudança de fonte do Minha Casa, Minha Vida
Ideia é que o FGTS passe a participar dos gastos da faixa 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida.
Impacto de R$ 4,8 bilhões
Mudança no PAC
Emendas parlamentares possam ser direcionadas para execução de programas para o PAC.
Impacto de R$ 3,8 bilhões.
Reduzir despesa discricionária para o orçamento da saúde
50% das emendas parlamentares impositivas já vão para saúde. Ideia é direcionar esse porcentual para programas prioritários do Ministério da Saúde
Impacto R$ 3,8 bilhões
Revisão do gasto com subvenção de garantia de preços agrícolas
Impacto R$ 1,1 bilhão
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