O governo propôs nesta sexta-feira para sindicalistas a renovação do acordo válido até 2010 para reajuste do salário mínimo, mas as centrais que representam trabalhadores se manifestaram contra.

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"O que estamos querendo é um novo acordo igual a esse, queremos revalidar esse acordo... Queremos firmar essa política... Buscar um aperfeiçoamento (mantendo condições similares)", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, após reunião com centrais sindicais em São Paulo.

O acordo para reajuste do mínimo válido até o final do ano leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento da economia visto dois anos antes.

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As centrais sindicais pediram o valor de 580 reais para o salário mínimo de 2011. Os sindicalistas não abrem mão de um aumento real, mas aceitam negociar o valor.

"Lamentavelmente, nós não tivemos acordo", disse a jornalistas o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), após a reunião, a segunda do governo de Dilma Rousseff sobre o assunto.

Ele classificou o encontro com o governo como "frustrante" e reclamou que aumentar o salário mínimo não é gasto, e sim investimento, rebatendo argumento de Mantega.

Mantega reiterou que o salário mínimo este ano deverá subir de 510 reais para 545 reais, dizendo que um valor maior "fere o acordo" e "dificulta o ajuste de despesas do governo".

A definição da correção do salário mínimo é relevante para as contas públicas no momento em que o governo se prepara para anunciar um corte de gastos no Orçamento. O tema é o primeiro teste importante para a presidente Dilma Rousseff no Congresso.

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O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, afirmou que "ninguém quer a volta da inflação", mas que "nós não estamos tendo uma inflação de demanda. Nós estamos vivendo uma inflação fruto da tentativa de especulação de alimento, de commodities".

De acordo com os sindicalistas, o governo não agendou nenhuma nova reunião sobre o tema. As centrais devem se encontrar na próxima segunda-feira.

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