R$ 4 milhões é a quantia de repasses que teriam sido feitos de 2008 a 2011 ao PT em forma de doações oficiais, segundo executivo que negocia delação premiada.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu ontem de forma enfática a lisura da campanha da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e 2014. Segundo ele, as campanhas não receberam recursos ilícitos como insinuaram líderes de oposição, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB), com base na delação premiada do executivo da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça, investigado pela Operação Lava Jato.
"Não há nenhum indicativo que as campanhas de 2010 e 2014 tenham recebido recursos em situação indevida", disse o ministro.
Mendonça, que negociou delação premiada, afirmou que parte da propina por desvios nas obras de refinaria da Petrobras no Paraná, a Repar, foi repassada ao PT em forma de doações oficiais. Repasses feitos de 2008 a 2011 totalizariam cerca de R$ 4 milhões.
Segundo Cardozo, a oposição estaria distorcendo fatos e tirando conclusões apressadas sobre o depoimento do executivo para criar um clima instabilidade. "Parece que algumas pessoas não assimilaram a derrota [nas eleições]. Perderam no campo e querem ganhar no tapetão."
Cardozo defendeu ainda o aprofundamento das investigações sobre as fraudes na Petrobras e a punição rigorosa de quem tenha cometido qualquer delito. Para ele, não importa onde aconteceram as irregularidades e quem tenha cometido a ilegalidade.
"Cuidadoso"
Já o ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou ontem que o comitê da campanha de reeleição da presidente Dilma foi "cuidadoso" nas doações recebidas pelo PT. "Eu acredito que o trabalho na campanha foi muito cuidadoso", disse.
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