O governo do Paraná retirou da pauta da Assembleia Legislativa nesta terça-feira um projeto ambiental polêmico, que permitiria a instalação de conjuntos habitacionais e indústrias em locais próximos a mananciais de água de abastecimento público. Essa foi a segunda vez na semana que a gestão de Beto Richa (PSDB) recuou em relação a propostas relativas a meio ambiente. Na quarta-feira, o governo havia desistido de estabelecer por decreto o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) do estado.
O projeto que permitiria a instalação de edificações e de indústrias poluentes em regiões de manancial que atualmente são protegidas por lei chegou a entrar em votação duas vezes, em dezembro e março deste ano, mas foi retirado de pauta por pressão de grupos ligados ao meio ambiente. O governo retirou a proposta para que ela fosse reanalisada por um grupo de técnicos. O novo texto deve voltar à Assembleia em até três meses, reformulado.
Em dezembro de 2013, o governo enviou de uma vez um pacote de três mensagens para análise dos deputados. As três vinham com pedido de comissão geral, que é a manobra utilizada para que várias votações possam ocorrer em um mesmo dia, acelerando a tramitação na Casa e conhecida como "tratoraço". Além das duas propostas retiradas esta semana, uma terceira ainda aguarda análise dos deputados. Ela atualiza a lei de pagamento de serviços ambientais a procedimentos adotados depois da aprovação da lei, de 2012.
Nos dois casos em que houve a retirada dos projetos, representantes da sociedade e de entidades ligadas ao meio ambiente reclamaram que não houve discussão adequada com a sociedade antes de as propostas irem a votação.
No caso do Zoneamento Ecológico-Econômico, o governo do estado promoverá agora audiências públicas para ouvir a população sobre o tema. Serão realizadas audiências em sete cidades. A primeira está marcada para o dia 14 de maio, em Curitiba. Será na sede da Emater, na Rua da Bandeira, nº 500, no bairro Cabral, às 15h. As demais audiências serão em Ponta Grossa, Toledo, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Londrina e Maringá.