O governo federal contestou na terça-feira (17) críticas feitas por familiares ao trabalho de localização e identificação de militantes políticos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia. Em nota oficial, representantes dos Ministérios da Defesa, da Justiça e dos Direitos Humanos disseram que as críticas são "improcedentes" e "todos os esforços estão sendo feitos para encontrar os desaparecidos e devolvê-los às famílias".
Os familiares reclamam da ineficácia das ações do Grupo de Trabalho Araguaia, criado em 2009 para realizar as buscas na região da guerrilha, ocorrida entre 1972 e 1974, no sul do Pará. Até agora não se chegou a nenhum resultado conclusivo: nenhum guerrilheiro foi identificado.
Atendendo a pedidos das famílias, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA, já interpelou o governo brasileiro. O pedido de explicações foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, na edição de segunda-feira.
As famílias alegam que as expedições ao Araguaia agem de maneira errática. Poderiam obter resultados, dizem, se o governo abrisse os arquivos secretos das Forças Armadas sobre as operações na região. Segundo o militar da reserva Sebastião Curió, que participou das operações, 41 guerrilheiros foram executados na fase final da guerrilha.
Segundo os familiares, militares que participam do grupo mantêm controle sobre parte das informações. Eles também põem em dúvida a capacidade científica e tecnológica dos peritos para identificar os restos mortais já encontrados. No total, 18 ossadas aguardam identificação em Brasília.
Na nota oficial, o governo argumenta que sua equipe "conta com as mais modernas técnicas de identificação humanas" e que as famílias "têm ciência das informações que vão surgindo". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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