O primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), tentou durante toda esta segunda-feira um acordo com a oposição para evitar a convocação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para depor na CPI dos Bingos, ou transformá-la em um convite. Para o relator da CPI, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), se Palocci recebesse apenas um convite, descaracterizaria o princípio de investigação da comissão.

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O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que a estratégia, nesta terça, é garantir a presença maciça da oposição na CPI dos Bingos para que o requerimento seja aprovado. Já Garibaldi Alves disse ter conversado com parlamentares da oposição que concordam em deixar que o ministro da Fazenda marque a data do seu depoimento, desde que a convocação seja efetivamente aprovada.

Para Tião Viana, a convocação do ministro não cabe neste momento.

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- Tem que ter um fato objetivo e concreto. Se o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil de São Paulo dizem que não tem elementos para indiciar o ministro Palocci, porque a CPI vai convocá-lo? - perguntou o senador.

Palocci está sendo investigado pela CPI por suposto envolvimento em casos de corrupção quando era prefeito de Ribeirão Preto (SP) e por denúncias publicadas na imprensa como, por exemplo, o suposto envio de recursos de Cuba para ajudar na campanha presidencial petista de 2002.

Em depoimento no dia 16 de novembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Palocci atribuiu à perseguição política de "instituições respeitáveis" de Ribeirão Preto (SP) as denúncias de corrupção que vêm sendo feitas contra ele. Palocci também disse aos senadores da comissão que não houve o repasse de recursos de Cuba, Angola ou das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

- Participei integralmente (da campanha) e sei que nada disso (doações do exterior) ocorreu - afirmou na ocasião.

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