Depois que a base governista se movimentou para atrasar a tramitação do projeto que permite a revisão da aposentadoria, com a promessa de aumentar o valor recebido pelos trabalhadores que voltarem à ativa, agora é o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, quem segura a proposta que poderia ter sido votada em abril. O atraso beneficia o governo, que tem mais tempo de organizar os senadores contra a matéria.
A alegação é que permitir a "desaposentadoria" causaria um rombo de R$ 70 bilhões, em 20 anos, nos cofres públicos, de acordo com o Ministério da Previdência Social. Pressionado pelo Poder Executivo, o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), entrou com recurso para impedir que o projeto, aprovado na Comissão de Assuntos Sociais de forma terminativa, seguisse direto para a Câmara.
Quando a matéria for votada em plenário, parlamentares da base devem fazer outra manobra para atrasar a tramitação. Pretendem formalizar um requerimento para que o texto passe por duas comissões temáticas.