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Na tentativa de retomar o diálogo com a oposição, o senador petista Tião Viana (AC) reuniu os líderes do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e do PFL, Agripino Maia (RN), para um café em seu gabinete nesta sexta-feira. Após o encontro, os três disseram que há espaço para conversar, mas afirmaram que não há qualquer acordo feito. Segundo Tião, depois da cassação do mandato de José Dirceu (PT-SP) a expectativa do governo é quanto ao comportamento da oposição.

- Foi uma tentativa de manter aberto um canal cordial. Servi um bom café e eles gostaram. Queremos saber se a oposição vai insistir em massacrar o governo politicamente pensando nas eleições de 2006 ou se a cordialidade será retomada - disse o senador petista.

Do lado oposicionista, o gesto foi bem recebido. Virgílio disse que até as relações pessoais estavam abaladas.

- Até quem está em guerra deve dialogar. Ainda que não resulte em nada. Até as relações pessoais estavam abaladas. Há clima para rever as relações, como no começo do mandato do presidente Lula - comparou Virgílio.

Para José Agripino, o maior problema em dialogar com o governo é que existem dois ou três PTs: o da briga, a turma que quer e precisa governar e a "coluna do meio". Nesta sexta, além do café com Tião, ele recebeu um telefonema de um dos representantes da segunda categoria, o ministro de Relações Institucionais, Jacques Wagner. Apesar dessas rusgas, Agripino admitiu que há clima para conversar:

- Não estabelecemos nenhum pacto. O assunto José Dirceu provocou tanta tensão, que a distensão do "day after" possibilitou o encontro - disse o líder.

No telefonema a Agripino, o ministro Jacques Wagner pediu detalhes dos problemas que o governador de Sergipe, João Alves, enfrenta com o financiamento para a construção de uma ponte em Aracaju. Segundo Agripino, o empréstimo para a obra foi aprovado, mas vem sendo atrasado por razões políticas. Por causa disso, o PFL está obstruindo a votação do projeto que regulamenta a gestão de florestas no país, na pauta do Senado.

- Fiquei de mandar uns documentos. Foi para quebrar o gelo - resumiu Agripino.

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