O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo notificou o Serviço Funerário do município de São Paulo para que não abra os ossários ou valas comuns localizadas nos cemitérios de Parelheiros e Vila Formosa sem o acompanhamento da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e do MPF.
Segundo o MPF, há suspeita de que os cemitérios podem ter sido usados para ocultar restos mortais de desaparecidos políticos durante a ditadura militar (1964-1984). O MPF quer evitar a descaracterização de provas e até a perda de material genético que possa resultar numa eventual identificação das ossadas.
A procuradora da República Eugênia Fávero e o procurador regional da República Marlon Alberto Weichert receberam as denúncias sobre as valas comuns do ex-administrador do cemitério de Parelheiros Laércio Ezequiel dos Santos e da família do desaparecido político Virgílio Gomes da Silva, o Jonas.
A família do preso político obteve documentos que apontam que ele teria sido enterrado no cemitério da Vila Formosa e estaria atualmente numa quadra renumerada do cemitério ou em um ossário não identificado. O cemitério foi remodelado em meados dos anos 70.
No caso de Parelheiros, a suspeita é de que teria existido no bairro, no extremo sul da cidade, um campo de treinamento militar onde presos políticos seriam torturados e interrogados. Não há notícia de que alguém tenha sobrevivido. O local é conhecido como Sítio 31 de Março.
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