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O governo diz que vai investigar as denúncias sobre o sumiço de pertences das vítimas do Boeing da Gol, que caiu no ano passado, em Mato Grosso. A família de uma passageira morta descobriu que os documentos dela foram usados para financiar um carro, muito tempo depois do acidente.

A queda do Boeing da Gol havia ocorrido há apenas dez dias quando o advogado Maurício Saraiva recebeu o aviso - o celular da mulher, Maria das Graças Rincklie, morta na tragédia, havia sido deixado para conserto em uma assistência técnica no subúrbio do Rio. "O corpo da minha mulher ainda não havia sido reconhecido e o celular estava a quilômetros de distância [do local do acidente]", diz ele.

Nove meses depois, outra notícia deixou a família indignada. Documentos de Maria das Graças foram fraudados e, com eles, estelionatários conseguiram financiar a compra de um carro.

Angelita de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, disse ao G1 que o caso não é isolado. Ela estranha o sumiço de documentos importantes e de objetos de valor que estavam com as vítimas. Angelita afirma que não recebeu os documentos do marido, Plínio de Siqueira Júnior, que morreu no acidente. "Nós queremos saber de quem é a responsabilidade pelo desaparecimento desses objetos", comenta.

Investigação

A Aeronáutica informou, por meio da assessoria de imprensa, que recolheu pouco mais de 1,5 tonelada de pertences de vítimas e que todo o material foi entregue às autoridades competentes - a polícia, a empresa áerea Gol e o Ministério Público.

Os pertences ficaram espalhados em um raio de cinco quilômetros, o que inviabilizaria um recolhimento total. A Aeronáutica disse ainda que o objetivo da operação era resgatar os corpos, não os objetos e que nunca foi informados às famílias que tudo seria recolhido.

As famílias dizem que, em maio, o Ministério da Justiça prometeu investigar o caso. Mas até agora nada teria sido feito. O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que vai apurar.

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