Brasília (Folhapress) Após uma disputa acirrada, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), 49 anos, tornou-se o primeiro comunista a assumir o cargo de presidente da Câmara dos Deputados. O candidato do governo obteve 258 votos contra 243 do candidato da oposição, José Thomaz Nonô (PFL-AL). Foi uma vitória apertada do Planalto, com uma diferença de 15 votos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empenhou-se pessoalmente na "briga" como forma de evitar que caísse nas mãos da oposição o terceiro cargo mais importante da República, comandado nos últimos sete meses por Severino Cavalcanti (PP-PE).
O resultado foi conseguido depois de uma operação de guerra deflagrada na tarde de ontem pelo Planalto, que enviou à Câmara três ministros, ameaçou aliados de retaliação e prometeu atender a diversos pleitos, o principal deles a liberação de verbas para as emendas que os parlamentares fazem ao Orçamento.
Houve ainda seis votos brancos e dois nulos. Na votação em primeiro turno, que envolveu seis candidatos, Aldo e Nonô empataram com 182 votos cada um. O resultado acendeu o sinal amarelo no governo, já que Nonô, alimentado pelo PMDB oposicionista, superarou as expectativas. "Foi um empate com sabor de vitória", disse o pefelista durante a tarde.
Favorito
Com o apoio no segundo turno do PP e do PTB que tiveram candidatos na primeira votação , Aldo já despontava como o favorito, no início da noite, para ser o novo presidente da Câmara e o segundo na linha sucessória de Lula. Ele exercerá a função por um ano, quatro meses e dois dias até 31 de janeiro de 2007.
Outros quatro candidatos foram eliminados na disputa em primeiro turno. Ciro Nogueira (PP-PI), herdeiro político de Severino, teve apenas 76 votos, o que mostrou como ele foi prejudicado pelo governo, que ontem minou sua candidatura. Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) ficou com 41 votos, Alceu Collares (PDT-RS) recebeu 18 e Jair Bolsonaro (PP-RJ) não saiu do zero tendo lançado a candidatura apenas para espinafrar o PT, ele afirmou que votaria em Ciro. Houve ainda 3 votos nulos e 5 brancos, em um total de 507 votantes. Michel Temer (PMDB-SP), que não conseguiu apoio nem do governo nem da oposição, acabou renunciando, pela manhã, em favor de Nonô. Também desistiram do pleito Francisco Dornelles (PP-RJ), João Caldas (PL-AL) e Vanderlei Assis (PP-SP).
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