O secretário geral da presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, admitiu que governo e movimentos sociais aliados ficaram "perplexos" com os protestos de junho do ano passado, quando milhares de pessoas foram às ruas pedir qualidade no serviço público e expressar contrariedade com a Copa do Mundo no Brasil. As avaliações foram apresentadas à plateia de uma das atividades do Fórum Social Temático Crise Capitalista, em Porto Alegre.
Para Carvalho, as políticas de distribuição de renda e estímulo ao consumo do governo federal não foram acompanhadas na mesma velocidade por um debate sobre um modelo de desenvolvimento diferenciado. Mas eram necessárias porque a população padecia sem acesso a produtos básicos, como geladeiras e equipamentos domésticos. "É evidente que, junto com melhor emprego e melhores salários vem a consciência de novos direitos", observou.
Carvalho chegou a reconhecer que houve uma certa dor e incompreensão em algumas esferas do governo. "Houve quase que um sentimento de ingratidão, de dizer fizemos tanto por essa gente e agora eles se levantam contra nós", recordou. O ministro destacou, no entanto, que o governo fez o esforço de compreender a realidade, de dialogar com a nova cultura que surgia, e respondeu com programas de melhorias da mobilidade urbana.
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