Comitê de proprietários de Pasadena surpreende Graça

A presidente da Petrobras Graça Foster diz ter ficado surpresa ao descobrir que havia um comitê de proprietários de Pasadena, que ficava "acima do board (conselho de administração)". "Fui surpreendida com essa informação", afirmou em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (26). Segundo ela, a descoberta ocorreu na segunda-feira (24).

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Petrobras cria comissão interna para apurar caso Pasadena

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a estatal criou na segunda-feira (24) uma comissão interna para apurar a operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que envolve a presidente Dilma Rousseff.

Segundo Graça, a comissão vai apurar toda a operação, e não somente a questão da suposta omissão de informações de um diretor ao Conselho de Administração. da estatal, disse em entrevista ao jornal "O Globo" publicada nesta quarta-feira (26).

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Ministro se recusa a falar de Petrobras em comissão da Câmara

Responsável pelo controle interno do governo, o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) se recusou nesta quarta-feira a falar das suspeitas de prejuízo na Petrobras na compra da refinaria de Pasadena aos deputados da Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados.

Hage havia sido convocado pelos deputados para explicar irregularidades em convênios do Ministério do Trabalho e ONGs. Mas o deputado oposicionista Mendonça Filha (DEM-PE), disse que Petrobras era o "tema do Brasil" e cobrou explicações de Jorge Hage. Ele ainda perguntou por que a CGU havia "demorado" para investigar o caso.

O ministro, contudo, disse que não falaria sobre o assunto e que trataria de Petrobras apenas quando este fosse o tema em discussão. "No meu entendimento, não há conexão entre Petrobras, Pasadena, e o assunto Ministério do Trabalho e ONGs. Por isso, não tratarei deste assunto nesta tribuna. Não tenho problema para tratar desse assunto, como a imprensa já publicou. E repetirei tantas vezes quantas a imprensa pergunte e eu entender que devo tratar. Mas nesta tribuna vim tratar de ONGs e Ministério do Trabalho, e nada mais", disse.

Mendonça Filho questionou então objetivamente o ministro se estava se recusando a falar de Petrobras. Hage elevou o tom de voz e repetiu: "eu não tratarei de assuntos fora do regimento".

O ministro da CGU então concluiu: "Ninguém colocará palavras na minha boca de que recusei. Falarei para a imprensa sempre que for indagado e não tenho nenhum problema", disse.

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Numa tentativa de esvaziar o pedido da oposição de criar uma CPI da Petrobras às vésperas das eleições, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acertaram com líderes da base aliada do Senado que vão participar de audiências públicas em comissões da Casa. Graça Foster vai comparecer no dia 8 de abril e, uma semana depois, será a vez de Edison Lobão.

O acordo foi revelado nesta quarta-feira (26) pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Até o momento, os dois vão comparecer na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas é possível que os encontros se transformem numa sessão conjunta com a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) do Senado. Só falta a confirmação da agenda do presidente do último colegiado, Eduardo Amorim (PSC), que pode ocorrer em breve.

Para Humberto Costa, o acerto da vinda de Graça e Lobão é uma "clara demonstração" que o governo está interessado em dar as explicações dos fatos que envolvem a estatal petrolífera. A CPI ganhou força depois que o jornal O Estado de S.Paulo revelou, na semana passada, que a presidente Dilma Rousseff (PT), quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), com base em um resumo juridicamente "falho".

Dois anos atrás, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga. "Não abriremos espaço para paralisar os trabalhos do Congresso e montarmos um palco para alguns que querem aparecer", afirmou Humberto Costa, em discurso da tribuna do Senado, para quem a ação da oposição é "eminentemente" eleitoral.

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O líder petista criticou também a representação apresentada à Procuradoria Geral da República contra Dilma nesta terça-feira, 25, por um grupo de parlamentares independentes por conta do voto em Pasadena. Ele lembrou que a decisão da estatal foi colegiada, com a participação, por exemplo, do empresário Jorge Gerdau. "Eu gostaria de ver essa mesma ousadia também em relação aos demais outros membros do conselho", afirmou a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman (PT), em aparte ao colega de partido.

Humberto Costa disse que a bancada do PT no Senado fechou questão contrariamente ao pedido de CPI. Até o momento, a oposição já recolheu na Casa 22 assinaturas em favor da investigação parlamentar. Assinaram nesta quarta o líder do PSDB na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), Paulo Bauer (PSDB-SC), e a senadora Maria do Carmo (DEM-SE). O mínimo necessário é 27 nomes embora a oposição queira, primeiro, apresentar uma CPI mista, composta por deputados e senadores.

O líder petista pediu aos colegas de outros partidos que resistam à pressão de assinar a CPI. Segundo ele, o governo está dando as explicações necessárias. "Tentam lhes pressionar sob o argumento de que (os senadores) estariam sendo coniventes com a impunidade", criticou.

Operação abafa

O Planalto trabalha nos bastidores para convencer senadores aliados a não assinarem o pedido de instalação da CPI da Petrobras. A oposição conseguiu reunir até agora 22 das 27 assinaturas necessárias para que a comissão seja criada.

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Os governistas miram em senadores do PSB e do PMDB - que sinalizaram à oposição assinar o pedido de criação da comissão de inquérito. A bancada do PSB deve tomar decisão conjunta sobre a adesão à CPI depois que o líder da sigla, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), assinou o pedido.

Pré-candidato à Presidência da República e futuro adversário de Dilma, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) articula o apoio à comissão, assim como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) - também provável rival da petista na corrida eleitoral.

Da tribuna do Senado, Humberto Costa fez um apelo para que os governistas não assinem o pedido de criação da CPI. "Os que não assinaram ou não pretendem assinar: tentam lhes pressionar sob o argumento de que estariam sendo coniventes com a impunidade. Os que não estão assinando a CPI não o estão fazendo porque querem investigação correta pelos órgãos capacitados para fazê-la. O parlamento tem acesso a todas essas investigações."