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Graça Foster foi ouvida nesta quinta-feira (26) na CPI da Petrobras em Brasília. | Laycer Tomas/ Câmara
Graça Foster foi ouvida nesta quinta-feira (26) na CPI da Petrobras em Brasília.| Foto: Laycer Tomas/ Câmara

reforço

A Câmara dos Deputados vai gastar mais de R$ 1 milhão para contratar a empresa inglesa de investigação Kroll. A intenção é rastrear remessas ao exterior fruto do esquema de corrupção da Petrobras. A contratação foi feita sem licitação a pedido do presidente da nova CPI sobre a estatal, Hugo Motta (PMDB).

Em depoimento à CPI da Petrobras nesta quinta-feira (26), a ex-presidente da Petrobras Graça Foster afirmou se sentir “envergonhada” e ter um “constrangimento muito grande” pelos relatos de propina na estatal, feitos por ex-funcionários que se tornaram delatores da Lava Jato.

Graça ainda confirmou a tese levantada pelo também ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli de que a corrupção se formou fora da Petrobras e não foi possível de ser detectada pelo controle interno nem por auditorias externas.

“Eu lógico que passo horas do meu dia pensando em tudo que está acontecendo na Petrobras. Eu entrei aqui nas outras CPIs, em audiências, com muito mais coragem do que entro hoje [quinta, 26] aqui. [Porque] poderiam ter todas as suspeitas mas não tinha os fatos que estão aí, para serem apurados, evidentemente. Eu tenho realmente um constrangimento muito grande por tudo isso”, declarou.

Graça também citou o caso do gasoduto Gasene, apontado pelo ex-gerente Pedro Barusco como uma das obras em que ele recebeu propina, e da qual ela participou por ter sido diretora de Gás e Energia, para dizer que se sentiu “envergonhada”. “Gostaria que tudo isso fosse mentira e que não tivesse tido propina alguma”, disse. Ela pediu demissão da presidência da Petrobras em fevereiro.

Ataques

Após ter entrado na sala da CPI escoltada por parlamentares do PT que participam da comissão, Graça defendeu sua gestão e fez ataques ao PSDB. Disse que a estatal bateu recordes em 2014, mesmo com a Lava Jato dificultando o acesso ao mercado.

Para ela, não faz sentido o ex-gerente Pedro Barusco ter recebido propina isoladamente enquanto a estatal ainda estava sob o comando do PSDB, na gestão Fernando Henrique Cardoso.

Tenho dificuldade de aceitar porque um gerente no meio da linha hierárquica possa receber vantagem por alguma coisa, sem que outro soubesse. Eu acho que talvez o nosso colega Barusco não possa ter falado porque ele está em um processo de delação premiada. Não consigo imaginar que possa, uma pessoa sozinha no meio da estrutura, ter feito uma coisa isoladamente”, afirmou. Graça ressalvou, porém, que nunca soube de propina e corrupção na Petrobras durante o período em que atuou na estatal.

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