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O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou nesta quinta-feira (4) que o grampo telefônico ilegal que gravou uma conversa sua com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deve ter sido feito no telefone do ministro. Demóstenes depôs nesta manha aos delegados Rômulo Berredo e Willian Morad da Polícia Federal e afirmou que a linha de investigação sugere que seria mais fácil grampear o telefone de Mendes.

Para justificar a suspeita de que o grampo foi contra o ministro, o senador citou uma perícia já realizada por técnicos do Senado que não encontrou indícios de escutas em sua linha telefônica. A PF realizou nesta manhã uma perícia no gabinete do senador e na central telefônica da Casa com autorização do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN).

"Não foi encontrado nada pela polícia do Senado e é mais difícil tecnicamente que o grampo seja aqui, apesar de não ser impossível. É mais fácil, no entanto, que seja um grampo no telefone do ministro. Essa é a tese dos delegados também e de todo mundo da área", disse o senador.

A ligação gravada foi feita de um telefone do STF para o gabinete do senador, mas o ministro Gilmar Mendes falava de seu aparelho celular por meio de uma conferência. O telefonema era um retorno do ministro a uma ligação feita pelo parlamentar para tratar de um assunto relativo à CPI da Pedofilia.

Sobre a suspeita da autoria do grampo, o senador acredita que tenha sido realizado mesmo por algum funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) agindo fora de suas atribuições.

De acordo com Demóstenes, além desta hipótese, a PF investiga se não houve alguma ilegalidade em operações da própria instituição ou ainda a possibilidade de uma gravação clandestina feita por espiões profissionais sem ligações com órgãos do governo.

O senador afirmou que sente um clima de insegurança quanto aos sigilos de suas ligações já há algum tempo e disse que os próprios delegados manifestaram igual temor. "Eu disse para eles que existe essa sensação de paranóia e os próprios delegados disseram que também têm".

Convidado para depor na CPI dos Grampos da Câmara e na Comissão de Segurança Pública da Casa, Demóstenes afirmou que só irá se o presidente do STF também for.

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