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Perillo: novas suspeitas às vésperas do depoimento à CPMI | Antonio Cruz/ABr
Perillo: novas suspeitas às vésperas do depoimento à CPMI| Foto: Antonio Cruz/ABr

Às vésperas do depoimento do governador goiano Mar­­coni Perillo (PSDB) à CPMI do Cachoeira, na próxima terça-feira, novas revelações complicam a situação do tucano. O jornal Folha de S.Paulo revelou ontem que grampos telefônicos da Polícia Federal (PF) sugerem que a venda da casa de Perillo em Goiânia, em 2011, rendeu ao governador R$ 500 mil a mais do que o R$ 1,4 milhão declarado oficialmente. Existe a forte suspeita de que o comprador da casa foi o bicheiro Carlinhos Cachoeira, que teria usado laranjas no negócio para que sua relação com Perillo não ficasse evidente.

Segundo o jornal, os áudios indicam que o valor a mais foi entregue a Lúcio Fiúza, assessor de Perillo. A gravação não deixa claro, porém, se os R$ 500 mil chegaram ao governador. Tanto o assessor como o governador negaram à Folha de S.Paulo a existência desse pagamento adicional.

A venda da casa, em um condomínio de luxo de Goiânia, tem sido o principal elo entre Perillo e o esquema de corrupção de Cachoeira. Na última terça-feira, o empresário Walter Paulo Santiago, em depoimento à CPMI, contradisse a versão do governador sobre o negócio envolvendo o imóvel. Santiago foi o intermediário que comprou de Perillo a casa. Ele disse que pagou a compra em dinheiro em espécie, "em notas exclusivas de R$ 50 e R$ 100". Já Perillo havia afirmado anteriormente que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão.

Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Con­­fecções Ltda, cuja dona é uma cunhada de Cachoeira. A empresa, por sua vez, recebeu pagamentos de uma firma fantasma criada pelo esquema do bicheiro para receber dinheiro da empreiteira Delta – construtora que, suspeita-se, tem Cachoeira como sócio oculto.

Perillo alega que não tinha como saber a origem do pagamento da casa e nega ter relação com o esquema de Cachoeira.

Demissão

Fiúza pediu exoneração do cargo na quarta-feira alegando "razões particulares". O governador aceitou o pedido.

Na semana passada, o então assessor de Perillo já havia sido alvo de outra denúncia: o jornalista Luiz Carlos Bordoni acusou Fiúza de ter sido o responsável por um depósito de R$ 45 mil na conta de sua filha, Bruna Bordoni, pela empresa Alberto e Pantoja, firma fantasma que, segundo a PF, era comandada por Carlinhos Cachoeira. O dinheiro, segundo o jornalista, pagou os serviços que ele prestou ao governador na campanha eleitoral de 2010. Mas o pagamento não consta da prestação de contas eleitorais de Perillo – o que caracterizaria caixa 2.

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