Mais de 60 pessoas foram seqüestradas na Grande São Paulo de janeiro a setembro deste ano. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado, 44 pessoas foram levadas pelos bandidos na capital e 19 em cidades vizinhas. No período, foram 89 seqüestros em todo o estado, número próximo aos 91 registrados nos mesmos meses do ano passado. As duas estudantes libertadas nesta semana do cativeiro - Adriana Barbosa Garcia , de 28 anos, e a adolescente L.L.S. , de 14 anos - foram seqüestradas por presidiários.
Dois homens presos neste fim de semana, conhecidos como Billy e Nego Cão, e que indicaram o cativeiro de L. eram presidiários. Eles cumpriam pena em regime semi-aberto - com direito a sair durante o dia e voltar à cadeia à noite, mas não tinham retornado e, por isso, eram considerados fugitivos. Segundo o diretor da divisão anti-seqüestro (DAS), Wagner Giudice, a quadrilha, que tem 8 ou 10 integrantes, é formada basicamente por ex-presidiários.
Antes de fugir, Luiz Humberto Demozo, o Billy, de 39 anos, chegou a cumprir 20 anos de prisão. Paulo Marcos dos Santos, o Nego Cão, de 30 anos, ficou preso por 10 anos. Ele estavam foragidos há 6 meses. Mesmo presos novamente, eles teriam dado ordem para a libertação de Adriana, ocorrida na noite de terça-feira.
Giudice disse que a quadrilha 'é composta por bandidos da pior espécie'. Eles mantiveram a estudante universitária e a adolescente o tempo todo acorrentadas no cativeiro. A menina teve o cabelo cortado. A universitária teve parte da orelha mutilada e enviada à família. O delegado Giudice informou que os bandidos disseram à família de Adriana que ela ela havia sido vendida a uma outra quadrilha, mesmo depois do seqüestro ter sido pago. De acordo com o delegado, foi uma forma de amedrontar os parentes e exigir mais dinheiro.
- Elas foram alimentadas e não sofreram outro tipo de agressão, mas ficaram acorrentadas o tempo todo - disse Giudice.
Nesta quarta-feira, começou um novo seqüestro na capital paulista Um deles é o da irmã do jogador Ricardo Oliveira, do Milan
O diretor do DAS afirmou que os seqüestros costumam aumentar às vésperas do Natal, quando os bandidos estão à procura de mais dinheiro. Segundo ele, alguns querem ganhar dinheiro rapidamente e não estão interessados em manter uma vítima em cativeiro por muito tempo. Para Giudice, a quadrilha que levou Adriana e a adolescente não eram especializadas em seqüestro. De acordo com ele, o grupo migrou do roubo de carga - tipo de crime que está em alta em São Paulo.
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