A última edição da revista Veja publicou novas denúncias de prática de caixa dois contra Yeda Crusius (PSDB), governadora do Rio Grande do Sul. A revista afirma que teve acesso a 90 minutos de um total de dez horas de gravações feitas por Lair Ferst, réu na fraude milionária do Detran, durante conversas com Marcelo Cavalcante, ex-representante do Palácio Piratini em Brasília.
Nos diálogos, Cavalcante demonstra intimidade com Ferst, que ajudou a captar recursos para a campanha de Yeda, em 2006. O ex-assessor, segundo a revista, afirmou ter arrecadado, após a vitória tucana no segundo turno, a quantia de R$ 400 mil com duas empresas fabricantes de cigarro. O dinheiro teria sido entregue a Carlos Crusius, então marido de Yeda, e utilizado no pagamento de contas pessoais do casal, inclusive na compra de uma casa em Porto Alegre, sempre de acordo com a reportagem.
Uma agência de publicidade da capital gaúcha também foi acusada de custear passagens aéreas, recepções e outros benefícios a integrantes da cúpula de campanha. Atualmente, a empresa presta serviço de marketing ao governo estadual. A viúva de Cavalcante, Magda Koegnikan, assegurou a veracidade do conteúdo das gravações de Lair Ferst. Disse ainda que Cavalcante relatou os mesmos fatos a ela própria. As gravações, que estariam em poder do Ministério Público Federal, teriam sido entregues por Lair Ferst para provar que os verdadeiros responsáveis por desvios no Detran são integrantes do governo Yeda.
Magda contou que, ao saber da intenção de Lair Ferst de usar as gravações, Cavalcante entrou em depressão e começou a beber. Em 17 de fevereiro, já exonerado do governo Yeda por suspeita de participação na fraude do Detran, Cavalcante foi encontrado morto no Lago Paranoá, em Brasília. Inquéritos da Polícia Civil apontam probabilidade maior de suicídio.
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