Única testemunha ouvida nesta quinta-feira (17) pela justiça de Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio, Renata Senna, herdeira do milionário assassinado no dia 7 de janeiro, depôs durante três horas. Pela primeira vez, a filha de Renné Senna se emocionou em público ao falar do pai. Os outros seis depoimentos previstos foram adiados para a próxima terça-feira (22).
"Ela foi às lágrimas compulsivamente quando descreveu o momento em que levantaram o plástico preto e ela viu o pai morto, com o tiro na cabeça. Acho que só agora a ficha dela está caindo", contou Marcus Rangoni, seu advogado, que disse ainda que Renata apenas repetiu o que já havia dito em seus dois depoimentos à polícia.
Grávida de quatro meses
Segundo Rangoni, a ex-vendedora está grávida de quatro meses e vai dar o nome do pai ao bebê. "A criança vai chamar Renné Neto, a pedido do próprio Renné, quando soube, na noite do último Natal, que a filha havia ficado noiva", detalha o advogado.
"Pena que meu pai pediu e não vai conhecer o neto", teria dito ela, que além de responder perguntas da juíza Renata Gil, da 2ª Vara de Rio Bonito, e do promotor Guilherme Macabu, foi argüída com ênfase pelos advogados da viúva Adriana Almeida, a quem acusa de ser a mandante do crime.
Depoimentos remarcados
Os depoimentos dos seguranças Adalberto Ferrreira Lucena e Valcinei da Silva Conceição, de Marcelo Cardoso Braga e Valéria Ferreira Almeida Braga, cunhado e irmã de Adriana, e de Sérgio Luis da Silva e Vânia Maria dos Santos Viena Duarte foram remarcados porque os advogados dos réus pediram para tomar conhecimento das degravações telefônicas usadas como indícios no processo e citadas pela promotoria para inquirir as testemunhas.
Ao todo, são 20 as testemunhas de acusação. Todas já haviam sido ouvidas durante o inquérito policial. Além de funcionários e ex-funcionários da fazenda, parentes da vítima e dos réus, o gerente do banco em que Renné e Adriana mantinham uma conta conjunta e testemunhas oculares do crime prestaram depoimento.
Além da viúva, estão presos desde o fim de janeiro, uma amiga de Adriana e quatro ex-seguranças de Renné. Os acusados, que compareceram apenas ao primeiro dia de depoimentos em juízo, foram dispensados a pedido dos advogados. Eles alegaram desgaste no transporte dos presos, encarcerados no Rio e em São Gonçalo, já que todas as testemunhas haviam se negado a depor na presença deles.
25 testemunhas de defesa
Nos próximos dias, a Justiça deve começar a ouvir pelo menos 25 testemunhas de defesa, para só então decidir se o caso vai ou não a júri popular. A data do início dessa nova fase do processo ainda não foi definida.