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Rafael Greca está nos seus seus últimos dias como deputado estadual. Em breve, deve assumir a Cohapar, mas garante que nada está acertado ainda. Veja a seguir trechos de uma entrevista com o ex-prefeito feita ontem à tarde:

Essa foi a primeira eleição que o senhor perdeu. O que deu errado?

Para tudo tem uma primeira vez. Eu não quero mal o pouco de gente que não me elegeu. Foi muito pouco. Eu fiz 35 mil votos, faltaram 2 mil. Eu acho que eu entrei em um partido muito forte. As obras nas estradas deram muito peso aos deputados que vieram do interior e a legenda ficou pesada. Mas eu talvez seja uma das pessoas mais votadas em Curitiba ainda.

Quais são as suas perspectivas no momento?

Se eu não for convidado para a equipe do governador, eu vou para o Ippuc. Vou lá para ajudar o prefeito a melhorar a nossa cidade.

O senhor é funcionário do Ippuc?

Sou. Eu tirei o primeiro lugar no concurso. Em 1992, senão me engano. Tirei dez.

O senhor ainda sonha em ser prefeito de Curitiba?

Eu só penso em ser prefeito quando eu vejo alguma coisa errada na cidade. Hoje mesmo [ontem] na Gazeta do Povo tem uma foto de um bueiro tapado por sujeira. É só o Beto jogar um pouco de cal. É uma velha receita de higiene que os velhos engenheiros da prefeitura me ensinaram. Não custa cuidar do bueiro. Mas também eu não acho que eu seja a única Coca-Cola gelada do mundo. Quem tem que dizer é o povo. Hoje eu sou um engenheiro sem mandato.

Há quem diga que o fato de o senhor ter saído do grupo de Jaime Lerner e entrado no de Roberto Requião foi o que lhe tirou votos.

Ah, foi o Juízo Final. Tem gente que acha isso. Mudar de partido é sempre complicado, mas eu já havia mudado na eleição anterior. Na verdade o que acontece é que eu acreditei na Justiça Eleitoral, que declarou que o pleito seria modesto. Parece que não foi isso que aconteceu.

Quem foi melhor governador: Jaime Lerner ou Roberto Requião?

Não sou eu o juiz dos meus amigos.

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Radar

Empréstimo 1 – José Domingos Scarpellini, deputado estadual pelo PSB, comentou da tribuna da Asembléia Legislativa que seu contracheque de dezembro foi só de R$ 29. O resto ele adiantou, numa espécie de empréstimo consignado, para pagar a sua campanha de reeleição. O deputado disse ontem, em nova entrevista, que essa é uma prática tradicional no Legislativo. O parlamentar adianta salários e depois paga em folha.

Empréstimo 2 – Scarpellini disse ainda que isso evita que ele dependa de empresários ou terceiros para fazer política. Não fica amarrado a ninguém. Por outro lado, a Assembléia Legislativa deveria tornar público quanto cobra de juros dos deputados, por exemplo. Quantos fazem o empréstimo? Em que valores? Afinal, trata-se de dinheiro público. E nós temos o direito de saber como está sendo usado. Mesmo porque, quando se fala em financiamento público de campanha está-se falando de outra coisa.

Isto também é política – O presidente da Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, enviou uma carta ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pedindo punição a um funcionário público paulistano. Na carta, Abramo conta a história de um taxista que resolveu fazer uma espécie de horta comunitária. Na praça onde tem seu ponto, ele começou a plantar salsinha, rúcula, alface, etc. Ele e seus companheiros de táxi cuidavam das plantas. E os vizinhos todos podiam passar ali e pegar uma verdura quando precisavam. Um dia, Abramo conta que passou lá para pegar salsinha para um omelete. "Frustração. Não há mais salsinha, porque não há mais horta", diz a carta. Abramo, indignado, escreveu ao prefeito pedindo punição a quem extirpou as plantas. Não havia motivo, diz ele. Era um bem para todos, um exemplo de cidadania. "Talvez tenha-se considerado que a horta atrapalhasse a visão dos sacos de papel, copinhos plásticos, embalagens coloridas e do resto dos detritos multifários que se espalham por sobre a superfície da praça", escreveu o jornalista.

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