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Rafael Greca: "Vou dizer tudo o que está engasgado" | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Rafael Greca: "Vou dizer tudo o que está engasgado"| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Candidato do PMDB à prefeitura de Curitiba, Rafael Greca criticou duramente o projeto de implantação do metrô curitibano proposto pela atual administração da capital. Segundo ele, a implantação da proposta apresentada ao governo federal representaria um desperdício de recursos e uma perda de oportunidade para a cidade.

"É a primeira vez que se habilita uma verba dessa magnitude com o governo federal. A cidade deveria usar esses R$ 2 bilhões não para enterrar 12 quilômetros na linha de ônibus do Pinheirinho, mas para criar uma rede integrando Curitiba à Região Metropolitana. O próprio nome diz: ‘metro’-politano.", disse o candidato durante entrevista à ÓTV que foi ao ar na noite desta sexta-feira (20).

Greca, que foi prefeito da capital paranaense entre 1993 e 1996, apresentou como alternativa a implantação de um metrô de superfície, que também atenderia aos municípios de Araucária, Almirante Tamandaré, Pinhais, Colombo, Fazenda Rio Grande, integrando-os à capital. "Com o dinheiro para fazer esses 12 quilômetros de metrô enterrado dá para fazer 80 quilômetros de metro aéreo", afirmou.

Greca comparou a implantação do projeto do metrô com as obras da Linha Verde, lembrando que o tempo de execução, os custos do projeto e a extensão implantada não descumpriram o projeto inicial. "É a rua mais cara do mundo, inclusive com obras executadas pela construtora Delta, aquela responsável pela cachoeira de lama", disparou.

Para ele, o atual projeto "enganou" até a presidente Dilma Rousseff. "O projeto de metro de Curitiba é um memorando com sete pranchinhas. Não tem sequer um estudo de origem e destino para ver se é realmente necessário. É uma vergonha", disse. "Pra quê? Para dizer que temos metrô e brincar de Londres? O metrô aéreo vai ser, acima de tudo, metropolitano, porque só tatú morre cavoucando", provocou.

Apesar das críticas ao sistema de transporte, Greca poupou o sistema de ônibus da capital. Ele afirma que andou recentemente de ônibus e que se sentiu confortável. "o sistema é razoável. Se não há o ideal como deveria ser, foi porque quando fizeram a licitação do sistema a possibilidade de calibrar o sistema foi perdida" disse. Como alternativas para melhorar o transporte, o ex-prefeito apresentou como propostas o escalonamento de horários, sincronização de semáforos, licitação de 200 quilômetros de trincheiras, implantação de 600 quilômetros de ciclovias e a desmontagem do que chamou de indústria da multa. "Vou desligar isso. Essa foi uma das razões pelas quais eu briguei com o [ex-prefeito] Cassio Tanichucci, que criou os ‘cássio-níqueis’. O trânsito tem que ser visto como uma questão educativa. A cidade não pode ser uma arapuca", disse.

Barões do taxi

Greca também disparou ainda sobre a administração do sistema de trânsito da cidade e ao que chamou de "barões do taxi", ao se referir ao projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito que permite a transferência hereditária das licenças de taxis. "Acredito que isso será derrubado por inconstitucionalidade", disse. Greca afirmou ainda que pretende criar uma segunda frota de taxis movidos a eletricidade, abastecidos com energia solar.

Política

Questionado sobre a resistência de uma ala do PMDB à sua candidatura, Greca diz que não guarda ressentimentos e que a questão já foi superada. "Não os quero mal, porque eles são vítimas e foram corrompidos pelo sistema. Mereci a aclamação da maioria do diretório municipal e eles foram esmagados, embora tenham ouvido o canto das sereias do palácios do poder", disse. "Já ganhei do Ducci dentro da convenção do partido. Agora faltam os outros dois candidatos", cutucou. "Voltei para dizer tudo que tenho vontade. Não sei se vou ganhar as eleições, mas vou dizer tudo o que está engasgado", afirmou.

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