O pré-candidato Rafael Greca (PMN) usou boa parte de seu longo discurso na convenção de seu partido, neste sábado pela manhã, para justificar as alianças que fez para disputar a prefeitura de Curitiba. Segundo ele, é necessário neste momento esquecer as ideologias e estabelecer um “armistício” pelo bem da cidade. A coligação do PMN inclui o PSDB, do governador Beto Richa, o PSB, de Luciano Ducci e o DEM, além dos pequenos PTN e PTdoB.
Greca disse que as ideologias foram responsáveis por crimes e que é preciso pensar mais em prestação de serviços do que em posicionamento político. “Não tem esquerda nem direita na hora de criar creches, de abrir unidades de saúde”, disse. Aproveitando a proximidade do local da convenção, o clube Morgenau, no Cristo Rei, com o antigo restaurante Vagão do Armistício, da família do artista plástico Poty Lazzarotto, disse que é hora de uma trégua “nas ideologias que nos infelicitam”.
Na coletiva de imprensa que antecedeu a convenção, Greca foi questionado diretamente sobre a coligação com Beto Richa. “Ainda estou do outro lado do Rio Iguaçu, para lá do Boqueirão. Preciso chegar no Palácio 29 de Março, e para isso a ponte precisa ser sólida, sou pesado. Cada partido será um pilar dessa ponte”, disse.
Sobre Richa, Greca evitou dizer o que pensa de seu governo. “Não sou candidato a governador, quero falar da cidade”, disse. Mas afirmou que o atual governador foi um bom prefeito de Curitiba. “Todos foram melhores do que o Gustavo Fruet. Talvez ele seja nosso pior prefeito desde Cândido de Abreu, desde o ouvidor Pardinho”, afirmou.
A coligação de Greca deve lhe dar o maior tempo de tevê no horário eleitoral gratuito. No discurso deste sábado, ele deixou claro que pretende usar esse espaço para relembrar o que fez como prefeito entre 1993 e 1997. Falou dos faróis do saber, do vale-vovó e da política de atendimento às gestantes.
O ex-prefeito também foi duro com a gestão Fruet. Criticou obras inacabadas, os “50 tons de cinza das ruas esburacadas” e o fato de duas unidades de saúde 24 horas terem sido fechadas temporariamente durante a gestão. “Na minha época, jogávamos fora as chaves dos postos 24 horas, não fechavam nunca. O Cassio [Taniguchi], o Beto e o Luciano [Ducci] não fecharam os postos. O Fruet fechou”, disse.
A principal dúvida da coligação de Greca, agora, é a escolha de seu vice. Sobre isso, o candidato não deu pistas. O favorito ao posto é Eduardo Pimentel, assessor de Richa que não compareceu à convenção, depois de passar por uma cirurgia. Greca citou vários outros possíveis nomes, como Pedro Lupion (DEM), José Antônio Andreguetto (PSB) e Stephanes Júnior (PSB). “Mas coitado do meu vice. Estou com tanta vontade de governar que não vai sobrar nada para ele fazer. Nem para Roma vou viajar”, disse.
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