A maior parte da primeira sessão legislativa da nova composição da Câmara Municipal foi dedicada ao discurso do prefeito Rafael Greca (PMN).
Entre demonstrações de otimismo, críticas à gestão de Gustavo Fruet (PDT) e comentários sobre o trabalho feito no primeiro mês à frente da prefeitura, um tema recorrente na fala de Greca foi a necessidade de fazer um ajuste fiscal.
A mensagem do prefeito é clara: o dinheiro é pouco e medidas amargas são inevitáveis.
“Nós vamos fazer medidas mais austeras, menos simpáticas, que vão pedir cortes em coisas que a cidade estava acostumada e que não vai mais ter”, disse o prefeito sem detalhar quais ações serão tomadas.
Pelo discurso de Greca e de seus aliados na Câmara, os servidores é que devem sofrer o maior impacto das medidas. Por enquanto, a única ação de austeridade citada pelo prefeito é o que ele vem chamando de “reengenharia” no sistema previdenciário municipal. Ainda não há detalhes sobre o projeto, mas, segundo a prefeitura, o rombo na previdência municipal é de R$ 400 milhões.
Na segunda-feira (30), ao anunciar a dívida de R$ 1,2 bilhão, o prefeito deixou claro que, em sua avaliação, o aumento desproporcional do gasto da folha em relação ao orçamento municipal nos últimos quatro anos foi uma das principais causas da atual crise das finanças municipais.
“Nós [servidores públicos] temos obrigação de perguntar como eu posso servir à minha cidade; não quanto eu vou ganhar, qual vai ser minha progressão, qual vai ser meu plano para avançar adiante. Isso é perverso, é cruel, é omisso, é contrário ao interesse da República”, discursou.
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Leia a matéria completaLíder do governo na Câmara, Pier Petruzziello (PTB) afirma que os projetos do prefeito devem chegar à Casa em regime de urgência para serem discutidos ainda antes do Carnaval.
“A maior parte [das medidas] envolve a questão financeira do servidor, mas é claro, sem prejudicar ninguém. Agora, com calma e tranquilidade vamos combinar com a equipe do governo de qual forma esses projetos vão chegar à Câmara para que não haja nenhum tipo de turbulência”, afirmou Petruzziello.
Passagem de ônibus
Na esteira do discurso de austeridade, Greca mantém o mesmo posicionamento que teve durante a campanha de que o custo da passagem de ônibus não pode ser mascarado. A frase “as coisas custam o que custam” tem sido um mantra do prefeito.
Mesmo admitindo que o aumento da passagem é inevitável, Greca afirmou que não vai chegar ao valor de quase R$ 4,60, indicado pelas empresas que operam o sistema como o valor mínimo da tarifa técnica. “Esse valor não é considerado pela Urbs”, disse.
“[A passagem] sempre vai subir. É imperioso que suba porque tem um reajuste salarial de cobradores e motoristas. Isso faz parte dos meus espinhos do mês de fevereiro. Nós vamos fazer o possível para manter uma equação de equilíbrio e de responsabilidade com o bem-estar da população”, afirmou.
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O presidente da Câmara Municipal, Serginho do Posto (PSDB), também aproveitou o início do ano legislativo para anunciar medidas de redução de gastos no Poder Legislativo. O vereador afirmou que vai propor a revogação da lei municipal que previa a obrigação do Executivo de construir uma nova sede para o Legislativo em até quatro anos.
“Nós estamos abrindo mão do prédio. Manteremos todos os espaços da Câmara funcionando, com manutenção, porém não tendo esse gasto com a construção”, disse.
Além disso, Serginho do Posto também anunciou a meta de reduzir em 70% os gastos da Câmara com selos postais, que em 2016 foi de R$ 2 milhões; e afirmou que a atual Mesa Executiva não tem interesse em pagar o 13º salário aos vereadores de Curitiba.
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