Litoral
Governo paga parte das diárias devidas a bombeiros e PMs
Diego Ribeiro e Fernanda Trisotto
O governo do Paraná começou a pagar as diárias atrasadas da segunda quinzena de janeiro para os 300 policiais militares e 500 bombeiros que estão no Litoral na operação Verão na última terça-feira. A Associação dos Praças do Estado do Paraná e a União dos Praças do Corpo de Bombeiros (UPCB) confirmaram a informação. Os cartões funcionais foram carregados até o final do dia de ontem. Todos os servidores terão suas despesas deste período pagas. O valor liberado para as diárias passa de R$ 2,1 milhões. Pela lei, cada um tem direito a receber R$ 180 por dia.
Apesar disso, o governo estadual ainda deve o pagamento dos 18 dias de fevereiro data da quarta-feira de cinzas, quando termina a operação Verão. O estado já deveria ter adiantado esses valores para as despesas dos servidores. O valor devido de fevereiro deve passar os R$ 2,5 milhões.
Reação
Segundo o presidente da UPCB, Henri Francis, alguns bombeiros ainda seguem em dificuldades, mas o pagamento da segunda quinzena traz alívio. Na noite de hoje, os bombeiros devem se reunir em assembleia na praça Central de Matinhos para definir quais ações serão feitas para cobrar o estado. "Vamos propor em não parar no carnaval até porque a população precisa do trabalho do bombeiro, mas vamos ver o quais serão as propostas para definir", comentou.
De acordo com ele, as manifestações devem continuar. O problema, no entanto, é o medo dos bombeiros. Henri ressalta que há um clima de tensão com alguns oficiais que são contrários aos protestos. "Eles estão com medo de represálias, procedimentos", destacou. Mesmo assim, Henri lembra que há uma decisão judicial que garante a livre manifestação dos bombeiros.
A greve dos professores, que hoje entra no seu quarto dia, deve ganhar o reforço de mais três categorias de servidores estaduais. Trabalhadores de universidades administradas pelo estado, funcionários públicos da saúde do Paraná e agentes penitenciários já aprovaram ou estão em deliberação final para cruzarem os braços. Há questões específicas para cada um, mas há dois pontos em comum de reivindicação de todos: a falta de pagamento de benefícios pelo estado e a tentativa do Palácio Iguaçu de remanejar os fundos da Paraná Previdência.
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Ontem à noite, uma reunião de negociação entre lideranças do governo e o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (Sindsaúde) chegou a ser realizada, mas não impediu que a greve nos hospitais do estado fosse mantida. "A Secretaria da Fazenda não passou nenhuma orientação, não tem prazo [de pagamento]", diz a presidente do sindicato, Elaine Rodella. Segundo ela, as cidades que devem ter mais problemas são Paranaguá, Londrina e Cascavel. Ela garante que o sindicato vai manter ao menos 30% dos funcionários nos seus postos.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), em nota, confirmou a realização de reunião e diz que vai analisar os 13 pontos da pauta. A pasta alegou que foi informada da greve pelo sindicato e defendeu que "[pela lei] os serviços essenciais, como saúde e segurança, não admitem paralisação". O documento diz que "se a greve for deflagrada, o sindicato deverá garantir 100% dos serviços de saúde atendendo normalmente", frase atribuída à assessoria jurídica do órgão.
Universidades paradas
Ontem, os trabalhadores das universidades administradas pelo estado passaram a ter indicativos de greve aprovados ou então paralisações em andamento. Cada instituição tem um calendário, e na maioria as aulas não começaram. Mesmo assim, atividades internas já estavam sendo feitas e é provável que o cronograma do ano seja afetado.
Agentes penitenciários
Há ainda um indicativo de greve aprovado pelos agentes penitenciários. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) anunciou que, se o pacotaço do governo for aprovado na Assembleia Legislativa, o que pode ocorrer hoje, os 3,9 mil agentes devem deflagrar greve.
Enquanto isso, os professores permanecem acampados no Centro Cívico. Desde anteontem, eles ocupam o prédio da Assembleia Legislativa. A manifestação é uma tentativa de impedir que o pacotaço com "medidas de austeridade" propostas pelo governo do estado seja aprovado. As medidas devem ir hoje à votação na Assembleia.
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