Segundo informações do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF), cerca de 90% dos 5.000 servidores administrativos da PF paralisaram as atividades nesta terça-feira. A greve, por tempo indeterminado, interrompeu na maioria dos estados os setores essenciais como emissão de passaportes, protocolo, transportes e núcleo de informática.
A categoria exige do governo uma proposta de reestruturação da carreira, em cumprimento ao Termo de Compromisso firmado pelo Executivo com todas as classes da Polícia Federal. Mas, de acordo com o sindicato, até agora somente a carreira de policial federal foi beneficiada.
Entre as reivindicações dos servidores, estão ainda o plano especial de cargos da PF, um concurso público para 3 mil vagas, a nacionalização das atuais nomenclaturas do órgão e um reajuste salarial nas tabelas de cargos.
A presidente do SINPECPF, Hélia Cassemiro, fez uma avaliação positiva do movimento grevista. Segundo ela, a expectativa é de que adesão seja ainda maior a partir de amanhã.
- As informações que chegam dos estados dão conta de que os servidores estão participando maciçamente da greve - afirmou.
Hélia disse ainda que a PF tem demonstrado preocupação com o comprometimento das atividades, mas o governo não apresentou proposta às reivindicações da categoria.
Em Belo Horizonte, estão sendo atendidos parcialmente os serviços de emissão de passaporte e registro de armas. Agentes federais foram convocados para suprir o atendimento, que foi reduzido. No Rio Grande do Sul, o atendimento ao público não foi interrompido, segundo o superintendente da PF, Ildo Gasparetto.
- Se for necessário, deslocarei policiais da investigação para o atendimento ao público - afirmou.Governo não abre mão de descontar dias parados de grevistas
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira que pretende enviar até o fim de outubro ao Congresso o projeto de lei que regulamenta a greve dos servidores públicos. Segundo ele, ainda está havendo negociação do texto elaborado pelo ministério com a Advocacia Geral da União e as centrais sindicais. Na negociação, o governo não abre mão do princípio de descontar os dias parados dos grevistas.
- Da forma em que está não é greve, é férias - afirmou o ministro.
Paulo Bernardo acredita que, com a possibilidade de o funcionário perder os dias parados, haverá uma "redução de 80% no número de greves".
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