Policiais usaram spray de pimenta para dispersar grevistas, que fizeram manifestação na Esplanada dos Ministérios| Foto: Antônio Cruz/ABr

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O governo da presidente Dilma Rousseff foi alvo ontem da maior pressão já realizada por servidores federais desde o início da onda de greves no funcionalismo público. Dez mil servidores, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, protestaram ontem na Esplanada dos Ministérios por demandas de reajuste salarial e reforma em planos de carreira. A passeata terminou em frente à pasta do Planejamento, que negocia com as categorias.

Houve confronto entre os manifestantes e policiais, que chegaram a usar spray de pimenta para dispersar os grevistas. Latas, chinelos e um sinalizador foram arremessados no empurra-empurra. O Ministério da Educação foi pichado e alvejado com tinta.

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As diversas categorias têm como principais demandas o reajuste salarial e reforma do plano de carreira. O governo afirma que, se reunidos todos os pedidos, o impacto seria de R$ 92 bilhões, o que corresponde a cerca de metade da folha de pagamento anual atualmente.

Por enquanto, apenas os professores foram contemplados por uma proposta de reajuste – universidades e institutos federais estão em greve há pouco mais de dois meses. A oferta feita pelo MEC na semana passada foi criticada pelos docentes, que alegam que o reajuste proposto só recupera as perdas com a inflação. Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o problema é encontrar uma fonte de financiamento que dê conta das demandas.

Agenda

Antes da passeata, os manifestantes fizeram protesto em frente ao Palácio do Planalto, onde realizaram o ato de "enterro simbólico" da presidente Dilma Rousseff. Originalmente, a agenda da presidente Dilma previa que ela estivesse no Planalto na manhã de ontem. No entanto, ela acabou transferindo o despacho com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para o Palácio da Alvorada. As manifestações em frente ao Planalto têm sido praticamente diárias, ao contrário do que ocorria no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem, as instalações do Planalto eram vigiadas por policiais militares, seguranças da Presidência e militares do Exército.

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