Maringá Um grupo de aproximadamente 500 servidores em greve invadiu o prédio da prefeitura municipal por volta das 10 horas de ontem. A ação gerou tumulto, com funcionários saindo às pressas das salas onde trabalhavam. Uma porta de vidro e uma janela foram quebradas, além de portas arrombadas e móveis quebrados na sala de espera do gabinete do prefeito. A polícia foi acionada e garantiu o fim da confusão, porém os grevistas permaneceram no prédio durante toda a tarde, fazendo com que os funcionários fossem dispensados após o almoço.
"Eu tranquei as portas e esperei a polícia chegar", conta a assistente do Provopar, Maria Cristina Marangoni. Ela trabalhava em uma sala próxima ao gabinete do prefeito Sílvio Barros (PP), que se reunia com promotores e secretários no momento da ação.
Os grevistas alegam que os danos materiais foram causados por vigilantes da prefeitura, na tentativa de impedir a entrada dos manifestantes. O delegado-chefe da 9.ª Subdivisão de Polícia Civil, Antônio Brandão Neto, abriu inquérito no próprio local, ouviu testemunhas e já conseguiu fazer o reconhecimento de 20 invasores.
"É um reflexo da falta de negociação por parte do prefeito", justifica a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá (Sismmar), Ana Pagamunici. Segundo ela, os grevistas se revoltaram depois que a prefeitura propôs reajuste salarial de 0,39%, conforme índices da inflação deste ano. A proposta anterior, já rejeitada pela categoria, era de 4,53%.
O procurador jurídico Laércio Fondazzi explicou que a prefeitura está seguindo determinações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em não conceder reajuste a servidores no prazo de 180 dias antes das eleições. Além disso, o município não pode descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina que a folha de pagamento não ultrapasse 54% da receita municipal, sob o risco de perder repasses federais e estaduais. A folha atual gira em torno de R$ 10 milhões e representa 51,3% da arrecadação.
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