São Paulo e Curitiba - O Grito dos Excluídos chegou ontem à sua 17.ª edição protestando contra hidrelétricas na Amazônia, criticando as obras da Copa do Mundo de 2014 e pedindo que não sejam feitas mudanças no Código Florestal. O protesto ocorreu em Brasília e em 25 estados do país. O único estado que não participou foi o Acre.
Criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, originalmente o protesto criticava o modelo econômico da época, considerado "neoliberal". As manifestações reúnem movimentos sociais e braços da Igreja Católica. Neste ano, o lema foi "Pela vida grita a terra... Por direitos todos nós".
Nas cidades que serão sede da Copa-2014, o protesto se dirigu às desapropriações de famílias que moram perto de obras. Em Aparecida, no interior de São Paulo, milhares de pessoas participaram da manifestação e da romaria dos trabalhadores na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.
Em Curitiba, pela manhã, cerca de 200 integrantes de pastorais da Igreja Católica e militantes de movimentos sociais realizaram uma caminhada na Vila Torres. "Hoje o Brasil inteiro celebra a independência, que é camuflada; ainda não vivemos essa independência", disse um dos coordenadores do movimento, Jardel Lopes. "O Brasil inteiro vive uma deficiência ao invés de uma independência."
Um dos pedidos durante a manifestação foi para que todos fiscalizem o uso dos recursos para as obras da Copa do Mundo de 2014, que também recebeu críticas. "Não temos dinheiro para investir em moradias, mas temos dinheiro para investir na Copa do Mundo", disse Lopes. Segundo ele, na região da Vila Torres algumas famílias devem ser realocadas em função das obras.
Em Londrina, centenas de manifestantes participaram do protesto, que teve apoio do bispo da Diocese, dom Orlando Brandes. "Londrina grita contra a corrupção e a violência e a favor da vida", diz texto divulgado pelo bispo.
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