A polarização da política tomou a plateia da cerimônia de abertura da 25.ª edição do Festival de Curitiba. Na noite de terça-feira (22), no Teatro Guaíra, ecoaram gritos, pouco antes da apresentação de poesia de Maria Bethânia. Logo depois do discurso do secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, ouviu-se um “fora Beto Richa”, em voz solitária, mas em alto e bom som. No encerramento da solenidade, algumas pessoas entoaram “não vai ter golpe” e foram respondidas com vaias. Aparentemente, os manifestantes continuaram na plateia.
A cantora baiana manteve o roteiro e não fez menções diretas ao momento político do Brasil. Disse apenas que o povo precisa de mais silêncio e mais poesia para suportar tudo isso.
O presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) do Ministério da Cultura, Francisco Bosco, defendeu a importância de se manter a política de incentivo a eventos consolidados como é o Festival de Curitiba, sem que se precise, a cada ano, analisar dispendiosamente cada caso novamente. E acrescentou: “Seja quem for que estiver à frente do governo federal”.
Imediatamente, um grupo de espectadores passou a gritar “não vai ter golpe!”. Seguiram-se vaias do auditório, aparentemente direcionadas ao grupo que protestava, e então um número maior de manifestações antigolpe.
A confusão durou cerca de um minuto apenas e logo o Guairão retomou sua serenidade para assistir ao show “Bethânia e as Palavras”, que começou pontualmente mas não chegou a lotar o teatro.
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