O Rio de Janeiro enfrentou mais uma noite violenta, com ataques de bandidos que resultaram em duas mortes - entre elas, a de um policial militar - e com dez feridos, sendo dois por balas perdidas, em diferentes partes da cidade. Em Bangu, na Zona Oeste, cerca de dez bandidos atiraram contra um grupo de estudantes que conversavam no intervalo das aulas na porta do Colégio Estadual Abraão Jabour. Um rapaz de 18 anos morreu (a Secretaria estadual de Saúde divulgara uma segunda morte, mas depois corrigiu a informação ). Sete estudante ficaram feridos, dois em estado grave.
Em Anchieta, o capitão da PM Paulo César Silva dos Santos Lima, lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), foi morto a tiros por homens que estavam em um carro não identificado. Ele estava em seu veículo, voltando para casa, quando foi abordado pelos criminosos na Avenida Marechal Alencastro. A polícia acredita que os bandidos cometeriam um assalto, mas executaram Paulo César ao identificar seu uniforme de policial.
Já na Avenida dos Democráticos, próximo à saída 7 da Linha Amarela, Ana Maria Rios Cavalheiro Furtado de Mendonça e Sergio Henrique Oliveira de Souza, ambos de 44 anos, estavam em um ponto de ônibus quando dois automóveis passaram em alta velocidade disparando um contra o outro. O homem foi atingido na coxa esquerda e Ana Maria, no ombro esquerdo. Os dois moram em Jacarepaguá e foram socorridos no Hospital Geral de Bonsucesso. Eles estão fora de perigo.
Tumulto em velório
A Polícia Militar admitiu, nesta terça-feira, que houve erro de técnica na atuação de PMs durante protesto contra a morte do mototaxista Jacson Vieira da Silva, no Cemitério de Inhaúma, na tarde de segunda-feira. Segundo o relações públicas da PM, coronel Rogério Seabra, os policiais envolvidos no confronto estão presos administrativamente e receberão treinamento adequado.
- Houve um erro de técnica policial. A boa técnica não indica a participação um policial portando um fuzil no meio de uma manifestação. Já estamos tratando o erro. Os policiais já foram identificados, prestaram depoimentos e estão detidos administrativamente. Nós iremos corrigir esse erro com treinamento - afirmou.
Colegas do motociclista morto bloquearam um trecho da Avenida Pastor Martin Luther King Júnior com suas motos. A PM usou viaturas para derrubar as motos e um policial chegou a apontar um fuzil para os manifestantes. Houve reação. Os cerca de 50 colegas do motoboy morto atiraram pedras nos PMs.
O governador Sérgio Cabral determinou ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que seja severo nas investigações sobre o tumulto.
Também na segunda-feira, foi realizada a missa de sétimo dia da menina Alana Ezequiel, na Igreja da Candelária. A menina Alana foi baleada na última segunda-feira, durante uma operação da polícia no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. As balas perdidas fizeram ainda mais duas vítimas na manhã de segunda-feira , na Cidade de Deus.
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