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Um levante está sendo formado na base de apoio do prefeito na Câmara Municipal de Curitiba para pressionar por mais espaço nas ações da administração municipal. Dos 34 vereadores de situação, sete dizem estar formando um bloco independente que pode começar a questionar e até votar contra projetos de interesse da prefeitura.

Dos sete, seis são vereadores de primeiro mandato: Sérgio Ribeiro (PV), Gilso de Freitas (PL), Tico Kuzma (PPS), Luizão Stellfeld (PC do B), Valdenir Dias (PMDB) e Manassés Oliveira (PPS). Além desses, o vereador Pastor Valdemir Soares (PL), que acaba de deixar o primeiro escalão da administração municipal (era diretor-presidente da Cohab), também forma o grupo dos insatisfeitos. "Está faltando discussão. Na época do Cassio Taniguchi tínhamos conversas freqüentes. Agora questões importantes, como o fim dos estacionamentos da Visconde de Guarapuava, não são trazidas para nós", diz Pastor Valdemir.

O grupo diz que não será propriamente de oposição. "Não estamos rachando, mas sentimos dificuldade de espaço na prefeitura", diz Manassés Oliveira que esperou três meses para conseguir uma audiência com o prefeito Beto Richa. A audiência que estava marcada para ontem, foi desmarcada em função da greve dos funcionários do transporte coletivo, que ocupou o dia do prefeito.

O descontentamento seria resultado da falta de atenção ao pedido deles nas secretarias de governo, principalmente nas regionais e Secretaria de Obras. Além disso, sentem dificuldade de ver seus projetos votados na Câmara.

A insatisfação ficou mais evidente na reforma da equipe do prefeito, realizada em fevereiro. Os vereadores Pastor Valdemir e Rui Hara (PSDB) que ocupavam secretarias de governo voltaram para o Legislativo para serem candidatos nas eleições deste ano. Mas a expectativa dos vereadores era de que outros parlamentares municipais seriam chamados para substituí-los, o que não ocorreu. A polêmica em torno do fim dos estacionamentos na Avenida Visconde de Guarapuava teria aumentado as divergências, pois a maior parte dos vereadores defendeu os comerciantes, que eram contra a atitude da prefeitura.

Outro fato que aumentou a insatisfação foi o pedido do líder do prefeito, Mário Celso Cunha (PSDB), para que os vereadores não apresentem mais projetos em regime de urgência. "São projetos que não podem ser retirados de pauta, que precisam tramitar em 72 horas e que prejudicam a discussão. Passam por cima das comissões e muitas vezes são inconstitucionais. Ficamos constrangidos de votar contra o projeto de um colega", diz Mário Celso que critica a postura do grupo. "Não existe bancada independente. Ou são de situação ou são de oposição. É assim que vamos tratá-los. O vereador independente não pode ter o mesmo tratamento do vereador da base de apoio na prefeitura", diz Celso.

O líder do prefeito disse ainda que todos os vereadores têm espaço na prefeitura e que somente ontem o prefeito tinha agenda com três parlamentares. As reuniões foram desmarcadas em função da greve dos funcionários do transporte coletivo.

Para o presidente da Casa, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), a formação do bloco não vai adiante. "Não vai emplacar. Não vão ficar nem dois independentes", disse.

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