Um grupo de 300 produtores rurais do Paraná e Mato Grosso do Sul recebeu a presidente Dilma Rousseff com protesto nesta segunda-feira (4) em Cascavel, no oeste do Paraná. Eles querem uma solução para frear a onda de invasões de terras promovida por índios principalmente nas cidades paranaenses de Guaíra e Terra Roxa, além de Coronel Sapucaia e Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
Dilma que estava em um carrinho de golfe ao lado do presidente da Coopavel, Dilvo Groli, quando os manifestantes iniciaram o protesto. Com faixas e cartazes eles gritavam palavras de ordem. "Não, não, não, diga não a invasão" era o coro repetido pelos manifestantes. De acordo com Groli, Dilma teria dito que "isso é normal para um país que precisa fortalecer a democracia". Os produtores conseguiram entregar à Dilma um documento pedindo apoio do governo federal para que haja reintegração de posse nas áreas invadidas. De acordo com Tarcísio Barbosa de Souza, presidente da Comissão de Políticas Fundiárias da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), as invasões estão desestabilizando os produtores rurais da região. Segundo ele, os agricultores estão dispostos a novas mobilizações para resolver o problema.
Eduardo Corrêa Riedel, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), diz que a o problema se arrasta desde 2008. Ele afirma temer por conflito agrário caso a situação não seja resolvida. "Não sabemos onde isso vai parar se não houver uma intervenção rápida", conta.
Nas regiões oeste e noroeste do Paraná, cerca de 1.300 índios estão ocupando áreas de produtores. Eles alegam que o espaço já foi uma reserva indígena e cobram a demarcação de 100 mil hectares. Segundo os agricultores, índios paraguaios se uniram aos brasileiros para engrossar o movimento. A Faep diz que muitos dos invasores estão sendo aliciados por traficantes de drogas e armas na região.
Dilma não comentou sobre o problema mas, aos produtores rurais, afirmou que o governo vai se empenhar para resolver a situação.