Grupo ligado a Cachoeira é desarticulado no DF

A Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou ontem, na Operação Jackpot, uma organização criminosa que explora jogos ilegais no Distrito Federal, comandada pelos irmãos Queiroga, ligados ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro pela Polícia Federal. Segundo o chefe da Divisão de Combate ao Crime Organizado, delegado Henry Lopes, há indícios de que, mesmo da prisão, Cachoeira comandava o esquema.

Entre os presos está Raimundo Washington de Souza Queiroga, um dos chefões da exploração de jogos ilegais no DF. Subordinado direto de Cachoeira, Raimundo havia sido preso na Operação Monte Carlo, em fevereiro passado, mas foi libertado com base em habeas corpus concedido pela Justiça. Também foram presos Otoni Olímpio Queiroga Junior, irmão de Raimundo, e Bruno Gleidson Soares Barbosa. Estão sendo procurados outros dois operadores. Um deles é Antonio José Olímpio Naziozieno, que também havia sido preso na Operação Monte Carlo.

Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Luiz Xavier, a família Queiroga voltou a operar o esquema de jogos ilegais no dia seguinte após sair da prisão, há dois meses. A quadrilha, segundo a polícia, se rearticulou pouco depois da deflagração da operação Monte Carlo e continuou explorando casas de bingo e máquinas caça-níqueis mesmo com os chefes presos. As máquinas vinham do bingo Águia, de Valparaíso de Goiás. Documentos apreendidos mostram vales de até R$ 37 mil, assinados por clientes.

As casas, segundo Henry Lopes, eram especialmente preparadas para a jogatina. Possuíam monitoramento de vídeo nos arredores e um sistema de transporte para buscar clientes em casa. Até refeições eram servidas para que os jogadores não se ausentassem. O esquema possuía um núcleo de inteligência para monitorar os passos da polícia.

Segundo Lopes, com a prisão desse grupo fica desarticulado o esquema remanescente da organização comandada por Cachoeira no DF. A defesa dos irmãos Queiroga foi à Deco recolher dados sobre a prisão para entrar com pedido de relaxamento, mas preferiu não se manifestar antes de conhecer os autos.

Invasão

Na quinta-feira, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a fazenda Gama, que pertence a Carlinhos Cachoeira. A propriedade foi invadida por cerca de 800 famílias que se encontram na área e exigem uma reunião com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.