Deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos registram nesta quarta-feira uma queixa na presidência da Câmara dos Deputados contra a determinação do presidente da Comissão de Direitos Humanos, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), para que a Polícia Legislativa selecione pelo "perfil" das pessoas que querem ter acesso às reuniões.
Na sessão da quarta-feira, a Polícia Legislativa liberou a presença apenas de pessoas favoráveis ao deputado. Os ativistas que acusam Feliciano de racismo e homofobia ficaram do lado de fora.
A reclamação foi apresentada ao presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), junto com um dossiê que relata agressões sofridas pelos manifestantes que cobram a saída do pastor do comando da comissão por policiais da Câmara.
No mesmo dia, Feliciano disse que recomendou aos seguranças que analisassem o perfil das pessoas que queriam assistir à sessão da comissão.
"Não sei a religião dos que estão aqui. Eu pedi que a polícia dessa Casa observasse o perfil das pessoas. Pelo perfil, se conhece, se tem segurança de que as pessoas que estarão na comissão vão participar de maneira ordeira."Segundo o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), Alves se comprometeu em trabalhar para que representantes de todos os lados tenham acesso às reuniões da comissão.
"Saímos com o compromisso do presidente e do responsável pela segurança da Casa de que não irá mais acontecer [a restrição de público]. Na semana que vem, não haverá mais os cercados que estavam impedindo o acesso ao corredor das comissões e vai haver um livre acesso dos manifestantes", disse Wyllys, ao final do encontro com o peemedebista.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que o presidente da Câmara considerou a postura preconceituosa. "Esse comportamento do deputado Feliciano só indica o seu despreparo e o seu caráter absolutamente preconceituoso", disse a deputada.
Na reunião também ficou acertado que os seguranças da Casa vão utilizar crachás para serem identificados em eventuais agressões.
Em frente ao Congresso Nacional, os manifestantes também promoveram ontem um beijaço gay e simularam dois casamentos homoafetivos.
Além disso, quatro manifestantes foram detidos pela Policia Legislativa após fixarem na janela do 15º andar do prédio da Câmara uma bandeira com o símbolo do arco-íris. Eles foram conduzidos para prestar esclarecimentos.
Hoje acontece um ato na praça Roosevelt (região central de São Paulo). O cartunista Laerte Coutinho e Jean Wyllys (participam do protesto, que sendo organizado pela ONG Conectas e pelos grupos Existe Amor em SP e Pedra no Sapato.
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